Título: Protestos no mundo
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 02/05/2009, Economia, p. 12

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas ontem em todo o mundo para protestar contra o aumento das demissões nos últimos meses e o imobilismo de alguns governos frente aos efeitos da crise econômica mundial. Em várias cidades, manifestantes chegaram a enfrentar a polícia, que usou a força para inibir a violência e os atos de vandalismo.

Na Alemanha, cerca de 500 mil tomaram as avenidas mais movimentadas de Berlim. Militantes de extrema-direita e de extrema-esquerda foram detidos depois de se enfrentarem. O Dia do Trabalho é marcado há décadas por manifestações violentas em cidades alemãs. ¿Isso não pode continuar¿, afirmou o líder sindicalista Detlef Wetzel durante uma manifestação organizada na ex-República Democrática da Alemanha (RDA).

Na Turquia, cerca de 50 pessoas, entre elas 36 policiais, ficaram feridas. As batalhas urbanas duraram várias horas em Istambul, onde manifestantes atacaram a polícia a pedradas e com coquetéis molotov, e promoveram um gigantesco quebra-quebra no centro da cidade. Incidentes isolados foram registrados na Grécia, sobretudo em Atenas.

Já na França, 465 mil pessoas, segundo órgãos oficiais, e 1,2 milhão, de acordo com a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), foram às ruas. Pela primeira vez, todos os sindicatos franceses apareceram unidos nas passeatas do Dia do Trabalho, criticando a política do presidente Nicolas Sarkozy. Os italianos também reclamaram do governo de seu país.

Em Cuba, 500 mil trabalhadores se reuniram na Praça da Revolução, em Havana. Na Bolívia, o presidente Evo Morales liderou em La Paz uma manifestação de operários e camponeses para celebrar o dia 1º de Maio. Em Santiago no Chile, cerca de 20 pessoas foram detidas na capital, Santiago. Na Venezuela, um protesto organizado em Caracas foi repelido com truculência pela polícia, que utilizou bombas de gás lacrimogêneo, jatos d¿água e até balas de borracha.