Título: Presidente do PSDB: candidatura de Alckmin em São Paulo é inevitável
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 26/03/2008, O País, p. 4

ELEIÇÕES 2008: Fernando Henrique deu aval ao diagnóstico do senador

Sérgio Guerra quer unir tucanos e tentar parceria só no segundo turno

BRASÍLIA. O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), voltou ontem de São Paulo convencido de que a única possibilidade de acordo entre PSDB e DEM na capital paulista será num eventual segundo turno. Na sua opinião, o confronto entre o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e o tucano Geraldo Alckmin será inevitável. Uma de suas preocupações é garantir a união entre tucanos, divididos entre as duas candidaturas, e trabalhar por uma parceria no segundo turno. O maior receio dos tucanos é que essa divisão favoreça a campanha da candidata petista Marta Suplicy.

- Voltei convencido de que serão dois candidatos. E todo esforço será feito para que não se crie dificuldades para o segundo turno, e que a vitória final seja de um candidato do nosso campo - confirmou Guerra.

Guerra quer poder para intervir em diretórios

O diagnóstico de Guerra foi referendando pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem ele esteve durante sua passagem por São Paulo. O senador também teve conversas separadas com o governador José Serra, com Alckmin e com o presidente estadual do PSDB, José Henrique Reis Lobo. O único que ainda alimenta alguma esperança por um entendimento é Lobo.

- Mas, pessoalmente, acho extremamente difícil que isso aconteça. Por isso, nosso empenho será para garantir um acordo para o segundo turno - disse Guerra.

Em reunião da executiva nacional, marcada para ontem à noite, o PSDB pretendia discutir a sua política de alianças para as eleições municipais deste ano. A idéia de Guerra era aprovar uma resolução que garanta ao diretório nacional a possibilidade de intervir nas alianças contrárias aos interesses do partido em municípios com mais de 50 mil habitantes e aos diretórios estaduais nas cidades com menos de 50 mil moradores.

- Não temos intenção de nacionalizar as eleições municipais. Só deveremos intervir em casos extremos, em que fique comprovado a falta de comando responsável do partido. Não dá, por exemplo, para apoiar a candidatura de nenhum bandido e nem de inimigos declarados do PSDB - disse Guerra.

Ao contrário do PT, que decidiu anteontem que qualquer aliança com partidos de oposição ao governo Lula terá de ser referendada pela direção nacional, Guerra não pretende vetar coligações com petistas.

- Preferimos não ter aliança com o PT, mas não haverá veto - adiantou.