Título: Nova política de preços da Petrobras causará alta de 5% do gás residencial
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 26/03/2008, Economia, p. 28

O NÓ DA ENERGIA: Acordo põe fim a divergência com distribuidoras do Rio

Reajuste para o consumidor será diluído ao longo dos próximos dois anos

A Petrobras adotou uma nova política de reajuste de preços do gás natural fornecido à a Ceg e Ceg Rio, distribuidoras do produto no Estado do Rio de Janeiro. Segundo o presidente das duas distribuidoras, Bruno Ambrust, a mudança terá como impacto um aumento adicional de 5% nas tarifas residenciais, a ser repassado de forma gradual nos próximos dois anos. A nova sistemática de reajustes está prevista no contrato de fornecimento de gás assinado ontem entre a Petrobras e as duas distribuidoras, controladas pelo grupo espanhol Gas Natural.

Esse aumento de 5% diluído ao longo de dois anos para o consumidor residencial se somará ao percentual de reajuste que é calculado atualmente com base em uma cesta de óleos combustíveis no mercado internacional.

Aumento médio na conta será de R$2,50 até 2010

- Com a nova política de preços, alinhada com o mercado internacional, o seu impacto vai ser gradual. No caso do consumidor residencial, os 5% vão representar, em média, cerca de R$2,50 até janeiro de 2010 - destacou Ambrust.

A assinatura do contrato entre a Petrobras e as duas distribuidoras do Estado do Rio foi realizada em uma solenidade no Palácio Guanabara que contou com a presença de várias autoridades, incluindo o governador do Rio, Sérgio Cabral. O acordo põe fim a um longo período de discussões e divergências entre as duas empresas, cujo ponto alto foi registrado no fim de outubro do ano passado, quando a Petrobras chegou a cortar por algumas horas parte do fornecimento do gás.

Pelo novo contrato, a Petrobras vai continuar fornecendo, este ano, 7,65 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural à Ceg e à Ceg Rio. Esse volume vai aumentar gradualmente até chegar a 9,46 milhões de metros cúbicos diários em 2012. O novo contrato prevê três modalidades de fornecimento, conforme explicou a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster: do tipo firme inflexível (que não pode ser interrompido), o firme flexível, que pode sofrer algumas interrupções e o interruptível (pode ser interrompido).

O presidente da Ceg e da Ceg Rio explicou que os volumes de gás que serão fornecidos pela Petrobras nas modalidades que permitem interrupção temporária de abastecimento serão negociados e alterados de forma gradual também. Segundo o executivo, o objetivo é que, até o próximo ano, por exemplo, cerca de um milhão de metros cúbicos por dia já estejam ajustados a essas novas modalidades. Até 2012, o volume total de gás que poderá sofrer interrupção no fornecimento será de 1,5 milhão de metros cúbicos por dia.