Título: Cremerj constata falta de médicos e superlotaçõa
Autor: Antunes, Laura
Fonte: O Globo, 27/03/2008, Rio, p. 15

Entidade visita sete hospitais, do município e do estado, e sugere reativação de leitos

Falta de médicos, superlotação e uma demanda maior do que a capacidade dos hospitais. Esses foram os principais problemas encontrados num levantamento feito pelo Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj-RJ) em sete unidades públicas, com o auxílio das suas próprias comissões de ética. A partir dos dados analisados, foi apresentada ontem, numa reunião no Cremerj, uma lista de medidas que podem ser tomadas pelo poder público, como a contratação de médicos, a abertura de vagas de internação e a reativação de leitos. Foram convidados para o encontro representantes das três esferas de governo, mas só o do estado compareceu.

No Hospital municipal Miguel Couto (Gávea), o conselho constatou que pacientes são atendidos em pé por falta de leitos. Já no Salgado Filho (Méier), também da prefeitura, foram instaladas cadeiras para tirar os doentes dos corredores. Os outros cinco hospitais visitados foram os municipais Souza Aguiar (Centro) e Lourenço Jorge (Barra da Tijuca), e os estaduais Pedro II (Santa Cruz), Rocha Faria (Campo Grande) e Getúlio Vargas (Penha).

No Salgado Filho, há déficit de 17 clínicos. Apesar da epidemia, o Miguel Couto não recebeu novos leitos e tem apenas sete na pediatria. Na unidade, há déficit de 36 médicos. No Lourenço Jorge, um auditório foi transformado em enfermaria. Já o Getúlio Vargas tem de três a quatro clínicos por plantão para atender 350 internados com dengue. O conselho constatou que o Pedro II fica sobrecarregado por causa da falta de médicos da Unidade de Pronto Atendimento de Santa Cruz.

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde do estado, Victor Berbara, enquanto não houver ampliação do programa Saúde da Família no município, os hospitais continuarão sobrecarregados.