Título: Lula: Arco Rodoviário sai este mês
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 01/04/2008, Economia, p. 24

Presidente promete licitação em abril e diz que projeto era um "ovo choco"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem que, em meados deste mês, serão abertos os envelopes da licitação para o início das obras do Arco Rodoviário no Rio. Lula destacou a importância do projeto para aumentar a produção, as exportações e as importações do Estado do Rio. Mas o arco, segundo ele, não saía do papel e parecia um "ovo choco".

- O Arco Rodoviário foi tão pensado, sonhado e planejado e nunca esse ovo deixou o pintinho sair. Parecia um ovo choco - brincou Lula.

O arco prevê a construção de uma estrada de 145 quilômetros de extensão que ligará o município de Itaboraí ao Porto de Itaguaí, cortando cinco municípios da Baixada Fluminense. O projeto está orçado em R$928 milhões.

Petrobras ainda busca parceiros para o pólo

Em discurso durante solenidade que marcou o início das obras de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em Itaboraí, Lula destacou que a economia brasileira está crescendo há 24 trimestres consecutivos e o consumo, há 16 trimestres.

Para uma platéia de cerca de mil trabalhadores e moradores da região, Lula ressaltou também os principais projetos que estão em curso no Estado do Rio, como o próprio pólo petroquímico em Itaboraí, a recuperação da indústria naval, a usina da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) e, agora, as obras do Arco Rodoviário.

O presidente destacou em seu discurso a parceria entre o governo federal e o governo do Estado do Rio com Sérgio Cabral.

Segundo Lula, o Comperj, que vai exigir investimentos de US$8,5 bilhões, representa uma mudança na política industrial brasileira. O impacto do projeto será tão grande que o presidente pediu atenção aos prefeitos dos municípios envolvidos para evitarem o crescimento desordenado da região. O presidente já havia feito uma visita oficial ao projeto, para o lançamento da pedra fundamental das obras, no ano passado.

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, explicou que ainda está em fase de negociação a participação de parceria privada no projeto. Até o momento, só está confirmada a participação do grupo Ultra e do BNDES na central petroquímica do pólo, que usará petróleo pesado como matéria-prima.

Paulo Roberto disse ainda que a Petrobras só deverá ter 10% de participação no projeto de produção de petróleo pesado em Carabobo, na Venezuela, contra os 40% inicialmente previstos. A decisão será tomada dentro de 60 dias. Segundo Paulo Roberto, a redução da participação da Petrobras se deve ao fato de o projeto ter ainda muitas incertezas quanto à produção, custos e investimentos.