Título: Quero que a justiça seja feita agora
Autor: Farah, Tatiana ; Rebello, Aiuri
Fonte: O Globo, 03/04/2008, País, p. 13

Mãe depõe por quatro horas; em 2003, ela denunciou Alexandre por agressão

SÃO PAULO. A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, de 23 anos, prestou depoimento ontem acompanhada da mãe, Rosa Maria Cunha de Oliveira, por cerca de quatro horas. Elas teriam criticado o pai da menina, o estagiário de direito e consultor Alexandre Nardoni, e à madrasta de Isabella, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá.

O perfil de Nardoni, segundo o depoimento, seria de uma pessoa agressiva. Mãe e filha teriam apresentado versões diferentes do que foi dito pelo avô materno de Isabella durante o funeral dela. Jorge Oliveira elogiou o ex-genro e disse que ele e a segunda mulher eram carinhosos com a menina. Ana Carolina chegou à delegacia acompanhada pelos pais e pelo namorado, por volta das 10h. Ao sair do 9º DP, depois das 14h, não deu entrevista:

¿ Não tenho mais o que falar. Já dei minha declaração à polícia. Quero que a justiça seja feita agora.

De acordo com um boletim de ocorrência de setembro de 2003, Nardoni teria ameaçado de morte sua ex-mulher e a ex-sogra durante uma discussão por causa da educação de Isabella. Ele teria discordado da escolha da escolinha para a menina. À época, o casal já estaria separado e Nardoni teria ameaçado levar Isabella embora.

A polícia técnica agendou para ontem à noite a segunda perícia no apartamento de Nardoni. Na primeira perícia, foram achadas marcas de sangue no corredor, na cama em que ela teria se deitado e na tela de proteção da janela. Mas não foram encontrados, por exemplo, o pedaço da tela de proteção retirado da janela nem o instrumento usado para cortá-lo. A perícia de ontem utilizaria material químico capaz de identificar manchas de sangue, mesmo que o apartamento tenha sido lavado.

O crime é uma incógnita. O corpo apresentou ferimentos que parecem anteriores à suposta queda, como hematomas na nuca e na testa. Segundo peritos, há indícios de asfixia. A única fratura é no punho direito. O laudo não foi concluído.