Título: Lewandowski no TSE
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Fonte: Correio Braziliense, 07/05/2009, Política, p. 10

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou ontem o nome do ministro Ricardo Lewandowski para vaga aberta na composição plenária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A votação ocorreu depois da renúncia de Eros Grau ao cargo, formalizada na noite de terça-feira por meio de carta de duas linhas encaminhada a Carlos Ayres Britto, presidente do TSE.

Eros Grau não explicou os motivos de ter abdicado do assento no TSE, onde deveria permanecer até abril do próximo ano. O ministro Marco Aurélio Mello será o seu substituto. Em conversas com outros ministros e carta a servidores de seu gabinete, Eros Grau alegou cansaço e dificuldade para compatibilizar o trabalho no tribunal eleitoral com as funções no STF. O ministro vai se aposentar compulsoriamente como ministro do Supremo em agosto de 2010, quando completará 70 anos. Há especulações de que ele poderá optar por um afastamento até mesmo antes dessa data.

O STF também foi tema ontem de manifestação. O movimento Saia às Ruas acendeu cerca de 5 mil velas na praça dos três poderes em protesto contra a atuação do presidente da Suprema Corte. ¿Ele tem um ativismo político conservador, prejulga e antecipa posições. A decisão mais apropriada (do presidente do STF) seria se filiar a um partido e se candidatar. E, como disse Joaquim Barbosa, ele já tem uma base política em Mato Grosso¿, ironizou o deputado federal Chico Alencar (PSol-SP), que participou do protesto. Durante sessão do Supremo há duas semanas, Barbosa discutiu com Gilmar Mendes e disse que o ministro não estava ¿falando com os seus capangas de Mato Grosso¿.

Gilmar Mendes não demonstrou reação à manifestação. Ele disse que as críticas fazem parte do processo democrático. ¿Não me incomoda de nenhuma maneira. A gente se qualifica na sociedade pelos amigos que se tem e inimigos que se cria¿, disse. E acrescentou: ¿Eu vejo com grande naturalidade qualquer manifestação. Foi o STF, numa decisão da qual eu participei, que afirmou que era livre o protesto na Praça dos Três Poderes¿.