Título: Governo quer preservar empregos na supertele
Autor: Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 09/04/2008, Economia, p. 21
Ministros das Comunicações e da Casa Civil temem que fusão de Oi e BrT leve a demissões, como na privatização
Mônica Tavares
BRASÍLIA. O governo vai atuar junto às operadoras Oi e Brasil Telecom (BrT) para que seja preservado o maior número possível de empregos após a fusão dos negócios, que é iminente. O tema tem sido tratado em conversas dos ministros das Comunicações, Hélio Costa, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O enxugamento do quadro de pessoal é o principal temor dos trabalhadores em telecomunicações, e planos neste sentido têm sido publicados na imprensa.
- Precisamos fazer uma defesa intransigente dos postos de serviços das duas empresas que vão eventualmente se consolidar, para que não aconteça o que aconteceu na privatização - disse Hélio Costa, fazendo uma referência às demissões que ocorreram após as operadoras do Sistema Telebrás terem sido vendidas, em 1998.
Presidente da Oi admite sobreposição de estruturas
Costa afirmou que o Executivo está, no entanto, otimista em relação à queda de preço dos serviços para os consumidores, como conseqüência do ganho de escala proporcionado pela formação da supertele.
- Os estudos que nós temos são todos muito otimistas. Na medida em que você junta as duas operações, a escala será importantíssima para a redução de tarifas, para o menor preço dos usuários.
A supertele deve sair até sexta-feira, dizem fontes envolvidas nas negociações. O Opportunity e o Citigroup - sócios da BrT - disseram à Justiça de Nova York que até o dia 11 deste mês vão finalizar o acordo em que os dois lados pedem indenização sobre a má gestão na BrT. O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, negou ontem empecilhos criados pelo Opportunity.
Quanto à possibilidade de demissões, Falco afirmou que algumas estruturas se sobrepõem e que a coexistência não fará sentido. Mas salientou que está se criando uma empresa nacional de porte.
- É muito provável a criação de várias oportunidades, do que o caminho contrário.
COLABOROU Bruno Rosa