Título: Conselho conclui consulta sobre denúncia contra TV Brasil
Autor: Barbosa, Adauri Antunes
Fonte: O Globo, 09/04/2008, O País, p. 9
Belluzzo diz que conselheiros já responderam e que decisão sobre acusação de interferência do Planalto sairá logo
SÃO PAULO e BRASÍLIA. Até amanhã, o presidente do Conselho Curador da TV Brasil, Luiz Gonzaga Belluzzo, deverá ter os nomes dos três conselheiros que farão parte da comissão corregedora composta para ouvir a direção da emissora e o jornalista Luiz Lobo, demitido na última sexta-feira, que acusou o Palácio do Planalto de interferência na programação jornalística do canal. Segundo o jornalista demitido, a direção da TV Brasil proibiu o uso da palavra dossiê e determinou que se usasse a expressão "levantamento sobre uso dos cartões".
Ontem, no fim da tarde, Belluzzo estava lendo as respostas de todos os 14 conselheiros que receberam por e-mail a consulta sobre a criação da comissão corregedora.
- Ainda não li todas, mas as respostas estão todas na direção do que propus (criar a comissão corregedora) - disse o presidente do Conselho.
Belluzzo deverá conversar hoje por telefone com os conselheiros para chegar aos três nomes da comissão. Com a confirmação dos nomes, ele vai escolher a data para que Lobo e a direção da emissora sejam ouvidos.
- Garanto que vai ser o mais rápido possível. O prazo não será tão longo quanto o da Justiça brasileira, nem tão curto quanto o da Justiça nazista - disse Belluzzo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem a lei que cria a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a TV Brasil. Lula vetou o artigo que obrigava as emissoras de televisão a repassar para o canal estatal as imagens de jogos que envolvam seleções brasileiras e que não sejam veiculadas pela TV aberta. O artigo valeria para competições internacionais, cujos direitos de transmissão fossem adquiridos com exclusividade por emissoras privadas.
O presidente afirmou, ao justificar o veto, que a redação aprovada gerava incerteza quanto à definição do que seja a representação oficial do Brasil. "Tais imprecisões aportam insegurança à norma e, assim, não contribuem para a consecução da missão e dos objetivos da Empresa Brasil de Comunicação", diz o veto de Lula.
COLABOROU Evandro Éboli