Título: Prefeito mineiro continua na prisão
Autor:
Fonte: O Globo, 14/04/2008, O País, p. 4

Bejani foi o único de 50 detidos em operação da PF que não foi liberado

BELO HORIZONTE. Preso em flagrante por porte ilegal de arma, entre os 50 detidos pela Operação Pasárgada da Polícia Federal, o prefeito de Juiz de Fora (MG), Carlos Alberto Bejani (PTB), não foi liberado na noite de anteontem da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Na noite de sexta-feira, a Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, determinou a soltura dos 16 prefeitos (14 de Minas e dois da Bahia) e demais suspeitos detidos na quinta-feira passada, por suposto envolvimento com um esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Como Bejani foi o único dos 16 prefeitos presos na ação da PF a não ser solto, seu advogado de defesa, Marcelo Leonardo, entra hoje com um pedido para sua liberação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG).

Libertação dos envolvidos não prejudica a investigação

Na casa de Bejani, foram encontrados cerca de R$1 milhão em dinheiro e cinco armas, entre elas, duas carabinas e uma pistola 9mm de uso restrito das Forças Armadas. Atualmente, ele é réu em 62 processos em Minas. O advogado do prefeito diz que a determinação que o levou à cadeia se baseou no Estatuto do Desarmamento, que passou por mudanças em 2007. Segundo Marcelo Leandro, o artigo que justificou a prisão de Bejani foi alterado no ano passado.

A libertação dos envolvidos não vai alterar o ritmo das investigações da Polícia Federal. A partir de hoje, serão ouvidos prefeitos e servidores municipais de outras localidades. Até agora, o prejuízo estimado pelos investigadores da liberação indevida de verba no Fundo de Participação dos Municípios está em torno de R$200 milhões. A polícia apura também a ligação entre escritórios de advocacia do Brasil e do Uruguai acusados de envolvimento na fraude. Esses escritórios estariam ligados a uma rede de venda de serviços offshore, ajudando na retirada do dinheiro do fundo do Brasil.

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