Título: PF pode chegar a outros prefeitos
Autor: Cotta, Sueli
Fonte: O Globo, 12/04/2008, O País, p. 12

Imagem do dinheiro apreendido com o prefeito de Juiz de Fora é divulgada.

BELO HORIZONTE. Prefeitos de Minas, Bahia e outros estados estão sendo intimados pela Polícia Federal para esclarecer processos semelhantes ocorridos com os que foram presos na Operação Pasárgada, que descobriu irregularidades na liberação dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O esquema revelado na quarta-feira consistia na contratação de um escritório de consultoria, sem licitação, para conseguir sentenças favoráveis à liberação de recurso retido do Fundo de Participação dos Municípios que deveria ser repassado ao INSS.

O processo envolveria, além dos prefeitos, juízes e servidores federais que seriam beneficiados com a liberação do recurso.

Dos 52 mandados de prisão expedidos, 50 foram cumpridos, Um prefeito e um funcionário público estão foragidos. São 17 prefeitos, 15 de Minas Gerais e dois da Bahia, um deles afastado do cargo, além de lobistas, advogados e funcionários públicos. Mas a prisão que mais chamou a atenção foi a do juiz do Tribunal Regional Federal Wellington Militão.

Ontem a PF divulgou imagens da montanha de dinheiro apreendida na casa do prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani (PTB). Na casa dele foi encontrado mais de R$1 milhão em dinheiro e muitas armas. Outros prefeitos estariam dividindo o recurso liberado do FPM com os lobistas, e também terão que enfrentar a Justiça. Outro que está em situação difícil é um gerente da Caixa Econômica Federal, o único que teve a prisão preventiva decretada.