Título: Médicos voluntários
Autor: Borges, Waleska
Fonte: O Globo, 12/04/2008, Rio, p. 16
Burocracia impede ajuda.
Enquanto o governo estadual trazia caravanas de médicos de outros estados e discutia com o Cremerj quanto pagaria pelo plantão, dois profissionais tentavam ¿ em vão ¿ trabalhar como voluntários no Hospital municipal Miguel Couto. No dia 3 passado, o médico intensivista João Luiz Ferreira Costa, de 49 anos, procurou a direção da unidade para oferecer seus serviços sem qualquer remuneração. Munido de carteira profissional e títulos de especialista, ele estava preparado para comprovar sua condição de médico. Não imaginava que a falta de um crachá poderia ser um impedimento.
¿ Na direção, me disseram que eu precisaria de um crachá. Mas não sabiam o que botar. Sugeriram então que eu fosse ao centro de pesquisa para conseguir um crachá de voluntário estagiário. Desmarquei consultório, e, às 7h, eu estava lá ¿ conta Costa, que é coordenador de rotina da UTI do Pró-Cardíaco e professor de clínica médica da UNI-Rio.
No centro de pesquisa, ele disse à funcionária que queria se inscrever:
¿ Sonolenta, ela me informou que as inscrições estavam encerradas.
A funcionária reencaminhou o médico então à direção do hospital.
¿ Já estava pensando que pedia uma coisa fora de propósito, quando encontrei outro médico, um infectologista da UFRJ, tentando trabalhar como voluntário. Ele também não conseguiu crachá.
A secretária da direção então pegou os telefones dos médicos e disse que ligaria com uma solução. Até agora, nenhum contato.
* Do Extra