Título: Ele nos ajudou a garantir tempo para a defesa
Autor: Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 13/04/2008, O País, p. 11
Escolas de samba dizem ter obtido ajuda do senador
Presidente da Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro, Walter Teixeira afirmou que Crivella foi homenageado pelos sambistas "como senador". Segundo ele, pela interferência do pré-candidato, a sede da associação, no Santo Cristo, ainda não foi despejada por uma ação judicial.
- Ele nos ajudou a garantir um prazo maior de defesa - disse Walter, que pediu ajuda ao senador para implementar o projeto Cidade do Samba II:
- Crivella, com isso, tenta desmistificar essa idéia de que é contra o samba. Ele pretende ajudar e muito as escolas - concluiu Walter.
Há uma semana, o senador foi homenageado também na quadra da escola de samba Paraíso de Tuiuti, que completava 56 anos, no Centro do Rio
- Tínhamos a impressão de que ele não gostava de samba. Mas isso não é verdade - disse Renato Thor, presidente da escola, que entregou um troféu ao senador.
Samba ajuda a reduzir violência, diz Crivella
O estímulo ao samba, diz o senador, é uma forma de reduzir os índices de violência na cidade do Rio. Ele afirma que aprendeu a gostar do ritmo depois dos 12 anos que morou em países da África:
- A música é uma forma de linguagem universal da alma humana e pode, pela geração de emprego e renda, pela influência do enlevo cultural na personalidade e no comportamento, contribuir para diminuir a violência no Rio.
O pré-candidato, em março, aprovou, no Senado, moção de homenagem a Dom Eugenio. E também tem circulado pelo meio judaico. O presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj), Sérgio Niskier, que já recebeu o senador, afirma que vai fazer o mesmo com os outros pré-candidatos. Crivella comparece aos eventos da federação, em Brasília. O senador, que foi presidente da Frente Parlamentar Brasil-Israel, já viajou cerca de dez vezes a Israel.
- Crivella sempre esteve próximo, se manifestou de forma muito carinhosa com a nossa comunidade - disse Niskier.
Para o professor Eurico Figueiredo, coordenador do curso de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), não há outra alternativa para Crivella, caso ele queira se consolidar no eleitorado carioca. Mas há um risco: é preciso parecer autêntico.
- Ele tem que conciliar duas coisas: primeiro, tem que manter a sua base. Mas se ele não é capaz de ultrapassar sua origem, não tem viabilidade eleitoral. A questão é que tem que passar verossimilhança.
COLABOROU: Flávio Tabak