Título: Em Piraí, pista da Dutra é interditada
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Fonte: O Globo, 17/04/2008, O País, p. 4
Sem-terra enfrentam PM em invasão de agência da Caixa em Campos
VOLTA REDONDA e CAMPOS. No Rio de Janeiro, as ações do MST aconteceram em Campos (Norte Fluminense), Volta Redonda e Piraí (Sul Fluminense). Cerca de cem integrantes do assentamento Roseli Nunes, em Piraí, interditaram a Rodovia Presidente Dutra, km 242, no sentido Rio-São Paulo. Atearam fogo a pedaços de madeira para fechar a pista. Com rostos pintados e segurando cruzes de madeira, os sem-terra deitaram no asfalto. O fogo foi debelado pelos bombeiros e o tráfego, liberado por volta das 10h, quando terminou a manifestação.
- Interditamos a Dutra para cobrar agilidade da Justiça na condenação dos executores e mandantes dos nossos 21 companheiros mortos no massacre de Carajás, no Pará. A chacina ocorreu há 12 anos, mas até agora ninguém foi condenado - disse o coordenador regional do MST, Sidnei Freire.
Os sem-terra de Piraí se juntaram a outros integrantes do MST na região e viajaram para Volta Redonda, onde cerca de 70 pessoas ocuparam o hall do prédio da CEF (Caixa Econômica Federal). Uma comissão entregou ao superintendente regional do banco, Hélio Volgari, uma pauta de reivindicações, entre elas, a construção de cem mil casas e a implantação de um programa de habitação rural.
Em Campos, os sem-terra também ocuparam a sede da Caixa, mas a ação foi mais tensa. A Polícia Militar cortou a energia elétrica para que correntistas pudessem entrar na agência. Eles invadiram o térreo do prédio, onde funcionam os caixas de auto-atendimento.
O coordenador do MST em Campos, Léo Hava, disse que a PM agiu com truculência. Foram mobilizados cem homens da tropa de choque para desocupar a agência. O comandante do 8º BPM, coronel Gelesi, disse que não houve violência e que a interrupção de energia durou pouco tempo.