Título: MST invade bancos e estradas para pedir justiça por massacre de Carajás
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Fonte: O Globo, 17/04/2008, O País, p. 4
Prédios da Caixa foram ocupados; ações aconteceram em 16 estados e no DF
SÃO PAULO. Na véspera do aniversário do massacre de 19 trabalhadores em Eldorado do Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996, o Movimento dos Sem-Terra (MST) intensificou ontem as ações da Jornada Nacional de Lutas, também conhecida como "Abril vermelho", com protestos e ocupações de terra e prédios públicos em 16 estados e no Distrito Federal. Foram ocupados pelo menos 43 prédios, entre bancos e órgãos estaduais e federais; quatro fazendas e quatro estradas foram bloqueadas.
O MST justifica as ações como forma de pedir Justiça para as mortes em Carajás e denunciar lentidão na reforma agrária e efeitos negativos do agronegócio, como desmatamento. Quer o assentamento de 150 mil famílias de sem-terra.
Em São Paulo, 300 sem-terra ocupam a Companhia Nacional de Abastecimento em Bauru, reivindicando um programa de compra de alimentos produzidos em assentamentos. Em Brasília, mil sem-terra ocuparam a sede da Caixa Econômica Federal. Integrante da coordenação nacional do MST, Marina dos Santos cobrou crédito para os assentamentos e criticou o Banco do Brasil.
- Precisamos de crédito para assentamentos que viabilize a produção de alimentos. Só o Banco do Brasil emprestou US$7 bilhões para 15 grupos econômicos, enquanto os assentamentos não têm apoio.
Também houve ações nos seguintes estados: Pará, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Maranhão.