Título: Dilma agradece a público de comício
Autor: Cotta, Sueli
Fonte: O Globo, 18/04/2008, O País, p. 10

No mesmo ato, Lula reclama de dores no pescoço e culpa alta dos juros.

BELO HORIZONTE. Apesar das afirmações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que não fazia campanha, ao discursar ontem em solenidade de lançamento e vistoria de obras do PAC em Belo Horizonte, o clima festivo levou a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a cometer uma gafe, chamando o evento de comício:

- Eu queria desejar e dirigir um especial cumprimento às mulheres aqui da frente, que hoje animam, sem dúvida, este comício - discursou a ministra.

Lula provocou suspense durante a solenidade ao deixar o palanque por mais de 15 minutos. Ele retornou com um colar cervical no pescoço, queixando-se de um torcicolo:

- Eu não sei se deveriam ficar acometidos do mesmo mal de que fui, não sei se ouvimos muito discurso, se foi pelo aumento dos juros ontem, não sei se foi por causa do massacre que o Corinthians recebeu do Goiás (derrota de 3 a 1 pela Copa do Brasil), e o Cruzeiro que levou uma lavada na Bolívia (derrota do time mineiro de 5 a 1 para o Real Potosí, pela Libertadores). Sei que acordei com essa dor no pescoço. Tudo isso junto deu esse torcicolo - brincou o presidente.

Lula fez ainda mais elogios à ministra Dilma Rousseff:

- A Dilma é a mãe, a avó e a tia do PAC. Ela é a coordenadora do PAC, porque senão a gente anuncia o dinheiro e o dinheiro não chega. Nós estamos cuidando do PAC como um pai e uma mãe responsável cuidam dos seus filhos.

Lula evitou falar sobre a crise vivida pelo PT de Belo Horizonte, que está dividido por causa da proposta de aliança com o PSDB nas eleições na capital, proposta articulada pelo prefeito petista Fernando Pimentel e o governador tucano Aécio Neves - que não estava no palanque por causa de uma viagem a Washington. Além de citar a boa relação com Aécio, o presidente ouviu vários discursos ressaltando a importância do entendimento entre União, estados e municípios para a realização de obras em benefício da população.

Na visita a Minas, o presidente assinou ordens de serviço para obras do PAC em oito municípios mineiros, com aplicação de recursos no valor de R$1,164 bilhões. Os investimentos do PAC no estado, em 14 municípios, somam R$2,84 bilhões.

www.oglobo.com.br/pais