Título: Alencar elogia general Heleno e minimiza crise
Autor: Barbosa, Adauri Antunes
Fonte: O Globo, 20/04/2008, O País, p. 18

Vice diz que comandante militar da Amazônia é um `brasileiro de valor¿; na África, Lula dá assunto por encerrado.

SÃO PAULO. O presidente da República em exercício, José Alencar, elogiou ontem em São Paulo o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, que fez duras críticas à política indigenista do governo. Alencar disse que conhece o general desde a época que foi ministro da Defesa, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o qualificou como ¿um homem de valor¿ que ¿pode ter errado¿.

¿ Conheço muito bem o general Heleno. Fui ministro da Defesa e ele comandante no Haiti, das forças (de paz) que estão lá. Ele é um brasileiro de valor. Naturalmente que pode ter errado de ter criticado, como militar, a política do governo. Esse é um assunto, como disse o ministro da Defesa, encerrado porque ele foi ouvido pelo ministro da Defesa e o comandante do Exército. Como o Brasil todo o admira como excelente brasileiro, acredito que isso já acabou e nós devemos considerar isso uma página virada ¿ disse o presidente em exercício, depois de participar de um encontro estadual de seu partido, o PRB.

Em Gana, o presidente Lula disse apenas que o problema causado pelas críticas do general Heleno ¿está superado¿.

Falando sobre a política indigenista e a situação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, Alencar afirmou que apesar de muitos índios já estarem integrados ao Brasil, alguns ainda defendem a idéia de nação independente, o que faz com que haja ¿algum risco na terra de fronteira¿.

¿ É preciso que façamos a integração deles (índios) à sociedade, através da educação, através de saúde pública, também uma formação educacional e até comportamental. São pessoas normais, brasileiros. O pior que acontece é que muitos deles ainda defendem a idéia de nação independente. Isso faz com que haja algum risco nas áreas de fronteira, especialmente na extensão muito longa que foi feita em Roraima. De outro lado, as terras indígenas abrem acesso absoluto às Forças Armadas. O que não pode é haver discriminação contra os índios nem contra os brancos ¿ disse.

COLABOROU Soraya Aggege