Título: Preço do petroleo encosta um U$$ 120 a alimenta temor de recessão mundial
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Fonte: O Globo, 23/04/2008, Economia, p. 20
NOVA YORK, ROMA e RIO. Tensões no mercado quanto à capacidade de os países produtores suprirem a crescente demanda por petróleo e a queda do dólar frente às principais moedas internacionais empurraram a commodity para mais um fechamento recorde. Com a cotação se aproximando dos US$120, o diretor da Agência Internacional de Energia (AIE), Nobuo Tanaka, admitiu ontem à agência AFP, durante o XI Fórum Internacional de Energia, em Roma, que os preços dos combustíveis poderão levar o mundo à recessão. Na véspera, o vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), John Lipsky, já havia alertado para o impacto dos preços de petróleo e alimentos na economia global.
Ontem, o preço do barril do tipo leve americano, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York, subiu 1,6%, para US$119,37, depois de chegar a ser negociado a US$119,90. Da mínima registrada em 7 de maio de 2007 (US$61,47) até ontem, a alta acumulada é de 94%. Já na Bolsa Internacional de Futuros, em Londres, o preço do barril do tipo Brent avançou 1,3%, para US$115,95.
A cotação ontem subiu na mesma proporção em que o dólar recuou frente às principais moedas. Com isso, o euro bateu recorde, sendo negociado a US$1,6018. Com o dólar debilitado, investidores optaram por papéis de commodities como o petróleo, impulsionando as cotações já pressionadas pela crescente demanda mundial por combustível, sobretudo em países emergentes, como China e Índia.
Defasagem de preços no Brasil preocupa especialistas
Os participantes do XI Fórum Internacional de Energia, que reuniu representantes de países produtores e consumidores, concluíram que o mundo terá que conviver com preços até mesmo acima dos US$120 se quiser ter abastecimento no futuro.
No Brasil, especialistas demonstraram preocupação com a demora da Petrobras em ajustar os preços da gasolina e do óleo diesel, cujo último reajuste ocorreu em setembro de 2005. Segundo Adriano Pires Rodrigues, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), o produto mais defasado é o diesel, que está cerca de 24% mais barato do que suas cotações no mercado internacional. Já a gasolina está em torno de 15% mais barata no Brasil. (Ramona Ordoñez, com agências internacionais)
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/ Jornal: O GLOBO Autor: Editoria: Economia Tamanho: 390 palavras Edição: 1 Página: 20 Coluna: Seção: Caderno: Primeiro Caderno