Título: Cacciola recorre contra aprovação de extradição
Autor: Berlinck, Deborah
Fonte: O Globo, 19/04/2008, Economia, p. 24

PARIS e BRASÍLIA. Um novo artifício judicial poderá atrasar a esperada decisão do príncipe de Mônaco Albert II sobre a extradição de Salvatore Cacciola, o ex-dono do banco Marka condenado por um rombo de R$1 bilhão aos cofres públicos brasileiros. Franck Michel, advogado de Cacciola em Mônaco, onde o ex-banqueiro está preso, entrou ontem com recurso no Tribunal de Cassação, alegando que a Justiça do principado rejeitou metade dos argumentos do governo brasileiro.

- A Corte de Apelação aceitou a extradição sob alguns argumentos. Mas rejeitou sob outros. Isso levanta uma questão jurídica importante.

De acordo com o advogado, há "85% de chance" de o príncipe adiar sua decisão à espera do parecer do Tribunal de Cassação, o que o pode levar até três meses. Cacciola prefere ficar preso em Mônaco, pois o tempo que ficar lá será descontado de sua pena no Brasil.

O secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, disse estar seguro de que o recurso não terá resultado e ironizou a manobra jurídica.

- Isso demonstra claramente o espírito do cliente (Cacciola), que acha que está acima de qualquer instância e poder e que sempre se julgou acima da lei. Nosso pedido de extradição é tecnicamente correto. Se for referendado será mais um gesto de chicana jurídica para se manter na impunidade.

COLABOROU: Alan Gripp