Título: Ministro critica prisão de Ricardo Tosto
Autor: Galhardo, Ricardo
Fonte: O Globo, 29/04/2008, O País, p. 5

"Pode ter sido um julgamento antecipado"

WASHINGTON. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, sugeriu ontem que pode ter sido precipitada a prisão do advogado Ricardo Tosto, pela Polícia Federal, por suposto envolvimento nas fraudes cometidas contra o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

- Creio que pode ter sido um julgamento antecipado.

O ministro levantou suspeitas sobre os motivos da prisão:

- Achei uma grande coincidência o fato de Gilmar Mendes (presidente do Supremo Tribunal) ter, no dia de sua posse, criticado ações pirotécnicas e, algumas horas depois, acontecer a prisão de Tosto.

Miguel Jorge disse que não existe possibilidade de um integrante do Conselho de Administração do BNDES, que ele preside, influenciar na liberação de empréstimos ou qualquer outra decisão do banco.

- Existem várias empresas de consultoria que oferecem serviços para desburocratizar, para ajudar com a papelada. Mas o conselho não manda nada - afirmou o ministro, acrescentando que o conselho se reúne a cada três meses, que ele participou de três reuniões, e que Tosto estava presente.

Miguel Jorge esteve em Washington participando ontem da segunda reunião do Foro de Altos Executivos Brasil-EUA, na Casa Branca, que durante uma hora contou com a presença do próprio presidente George W. Bush. Presidentes de dez corporações americanas e dez brasileiras discutiram formas de facilitar negócios entre ambas as nações.