Título: Petróleo tem novo recorde: US$122
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 07/05/2008, Economia, p. 22
Goldman Sachs estima que barril pode chegar a US$200 em 2 anos
NOVA YORK e LONDRES. O barril do petróleo chegou a ser negociado a US$122 ontem - ao mesmo tempo em que o banco de investimentos Goldman Sachs divulgou nota estimando que a cotação pode atingir US$200 nos próximos dois anos. Esse preço, segundo o banco, seria resultado de um "superpico" provocado pelo fraco crescimento da oferta do produto.
Em Nova York, o barril do tipo leve americano acabou recuando para fechar a US$121,84, alta de 1,56% em relação à véspera. Já o barril do tipo Brent, negociado em Londres, subiu 1,96%, para US$120,31, depois de ter sido negociado a US$120,99 durante o pregão - também uma cotação recorde.
Como causas da recente escalada dos preços - que, em um ano, dobraram -, o Goldman citou conflitos em Iraque, Irã e Nigéria, além da demanda maior dos países emergentes, como China e Índia, por petróleo.
"Acreditamos que a atual crise de energia pode estar atingindo o ponto culminante, já que uma falta de crescimento adequado da oferta está se tornando aparente", afirmou a nota do Goldman. "A possibilidade de US$150-US$200 o barril parece cada vez mais provável nos próximos seis a 24 meses, apesar de uma previsão sobre o pico máximo dos preços do petróleo e a duração restante do ciclo de alta serem uma grande incerteza".
O Goldman, um dos primeiros a falar sobre um preço de três dígitos do petróleo há mais de dois anos, afirmou que o mercado está se aproximando do ponto culminante do "superpico". Segundo a teoria do "superpico", a falta de uma expansão adequada da oferta, aliada ao crescimento da demanda, levará a um aumento forte e contínuo nos preços do petróleo, o que causará, no fim, uma correção da demanda.
Os analistas do Goldman também ressaltaram na nota que "um aumento gradual dos preços deve durar mais do que um pico repentino".