Título: Cesta básica mais cara em 16 capitais
Autor: Ribeiro, Efrém
Fonte: O Globo, 06/05/2008, Economia, p. 24

Dieese registrou aumento de preços em abril. No Rio, a alta foi de 3,53%

SÃO PAULO. O preço da cesta básica registrou alta em todas as 16 capitais pesquisadas pelo Dieese em abril. Os maiores reajustes foram encontrados em Fortaleza (7,84%), Belo Horizonte (6,95%) e Brasília (6,67%). No Rio, o consumidor pagou 3,53% a mais, em média, pelos gêneros alimentícios de primeiro necessidade. Já São Paulo e Goiânia apresentaram os menores índices de aumento de preços, de 1,73% e de 1,97% respectivamente.

Com esses resultados, o reajuste acumulado nos quatro primeiros meses do ano chegou a 16,64% em João Pessoa e a 19,25% em Fortaleza. A cidade do Rio aparece a seguir, com variação de 14,29% no ano e preço de R$222,24 pela cesta básica. O valor mais alto, de R$228,32, foi apurado em Belo Horizonte.

Os preços do tomate e do pão subiram em todas as 16 capitais. No caso do pão, a alta é justificada pela suspensão das exportações do trigo da Argentina, principal fornecedor do Brasil. Sem alternativa, o país passou a comprar o produto de EUA e Canadá, arcando com preços mais altos de frete. Já o preço do óleo de soja subiu em 15 das 16 capitais visitadas pelos técnicos do Dieese. A exceção ficou por conta de Goiânia (-0,66%). Mas, em Recife, subiu 14,2%, em Salvador, 11%, e em Curitiba, 10,73%.

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) subiu 0,72% em abril, contra 0,45% em março. Mas a FGV destacou que o fechamento do mês já indicou uma desaceleração em relação aos preços coletados até o dia 22 de abril, de 0,81%. A redução no período foi atribuída à menor elevação do grupo Alimentação (de 1,92% para 1,69%).

O coordenador nacional da pesquisa, Paulo Picchetti, afirmou que o reajuste de 10% para o preço da gasolina nas refinarias trará "impacto nulo" para o consumidor e, conseqüentemente, para o indicador da FGV. Isso se deve à decisão do governo de reduzir a parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o preço dos combustíveis.