Título: Preço do petróleo bate 4º recorde seguido, depois de forte oscilação
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Fonte: O Globo, 09/05/2008, Economia, p. 34

Cotação vai a US$124,61, antes de fechar em alta de 0,13% a US$123,69

NOVA YORK. Após abrir em forte queda, o preço do petróleo negociado na Bolsa Mercantil de Nova York oscilou bastante durante a sessão de ontem, chegando a alcançar um novo recorde acima dos US$124 o barril. Segundo operadores, o temor relacionado à forte demanda por derivados acabou, no fim, influenciando mais o mercado do que os sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumentará a produção.

No encerramento das negociações, a cotação do barril do tipo leve americano avançou 0,13%, para US$123,69. Durante a sessão, no entanto, chegou a alcançar o nível recorde de US$124,61. Trata-se do quarto dia consecutivo em que o preço da commodity ultrapassa o patamar histórico.

Na Bolsa Internacional de Petróleo, em Londres, o processo foi parecido. O preço do barril do tipo Brent chegou a ser cotado a US$123,79, também patamar recorde para esse tipo de petróleo de referência internacional. No fim, recuou um pouco, fechando com alta de 0,4%, a US$122,84 o barril.

Demanda na Europa e nos países emergentes pressiona

A cotação da commodity começou a subir no início da tarde, com os sinais de demanda robusta por derivados como o diesel e gasolina na Europa e em países emergentes. Além disso, uma greve na refinaria escocesa Grangemouth e problemas técnicos de produção na unidade de diesel da refinaria Porvoo, da Finlândia aumentaram as preocupações dos operadores quanto ao fluxo de abastecimento.

O ajuste no fornecimento de energia elétrica em China, África do Sul, Chile, Argentina e em partes do Oriente Médio desencadeou uma maior demanda por óleo diesel, utilizado em geradores elétricos. Isso se somou ao informe do governo americano, divulgado na quarta-feira, de que os estoques de derivados de petróleo do país caíram na semana passada.

- Numa escala global, há uma combinação de crescimento no uso (de derivados) na indústria, para calefação e no transporte na Europa - disse Eric Wittenauer, analista da Wachovia Securities.

Na abertura da sessão de ontem os preços caíram devido às notícias de que a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo e membro da Opep, alugou oito supercargueiros para transportar 16 milhões de barris de petróleo para os EUA em maio e princípio de junho. Trata-se do maior volume já transportado este ano.

A consultoria britânica Oil Movements prevê que as exportações totais da Opep, com exceção das de Angola e Equador, devem aumentar em 220 mil barris diários nas quatro semanas até 24 de maio.

Os preços do petróleo dobraram em 12 meses diante da precariedade da oferta ante uma demanda que cresce vertiginosamente com o consumo de grandes países emergentes, como China e Índia. Além disso, a debilidade do dólar frente ao euro atrai investidores para a commodity, pressionando as cotações. O Goldman Sachs previu esta semana que a cotação do barril poderá disparar e atingir US$200 nos próximos dois anos.

PETROBRAS ADIA DIVULGAÇÃO DE BALANÇO, na página 38