Título: Prefeitura diz que não controlava subcontratações
Autor: Galhardo, Ricardo; Farah, Tatiana
Fonte: O Globo, 12/05/2008, O País, p. 8

Porta-voz nega ação de intermediários nos contratos municipais

CAMPINAS. A Prefeitura de Campinas admitiu que o processo de subcontratação das empreiteiras é impossível de ser controlado, principalmente porque o contrato com o consórcio é de realização da obra, sem pagamento por parte do governo.

- Licitamos um projeto especificado. Eles têm de construir dentro do proposto e no prazo - disse o secretário de Comunicação de Campinas, Francisco de Lagos.

O secretário confirmou ao GLOBO que a prefeitura tem dois projetos aprovados pelo BNDES, mas negou a relação com as obras do terminal, já que não envolvem dinheiro municipal, e que tenha havido intermediação de Mantovani ou João Pedro.

- São dois pedidos de empréstimo, um de R$160 milhões para a implantação da rede integrada de transporte público, e outro de R$18,8 milhões para modernização da administração. Mas os dois estão na "fila burra" do Tesouro Nacional desde 2006. "Fila burra" é quando o empréstimo já aprovado aguarda a liberação dos recursos. Se há problema com o financiamento do projeto que está na ponta, todos ficam aguardando - disse.

O GLOBO foi até o escritório de Nelson Segnini Bossolan, que não quis receber o repórter. A assessoria de imprensa do consórcio também não sabia informar as datas e valores do pedido de empréstimo. Já passaram pela obra pelo menos 50 empreiteiras. Não há informação de que, nesse conjunto, tenham passado as empresas Termaq e Fernandes Bastos, denunciadas na Operação Santa Teresa.