Título: Acusado quer disputar prefeitura
Autor: Gripp, Alan
Fonte: O Globo, 14/05/2008, O País, p. 8

SÃO LUÍS e MACEIÓ. Um dia após ter sido denunciado pelo Ministério Público Federal, o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) lançou ontem em São Luís a sua pré-candidatura a prefeito da capital maranhense. Ele disse que não foi avisado da denúncia do Ministério Público.

- A denúncia é o início do processo, o que para mim ficou melhor, porque poderei me defender, coisa que até hoje não tive oportunidade de fazer. Se Roseana (Sarney), quando foi acusada no caso Lunus, pôde ser candidata, e foi eleita senadora, em 2002, eu também posso.

No caso Lunus, a Polícia Federal apreendeu 1,2 milhões de reais em dinheiro vivo de reais no escritório de Jorge Murad, marido da então governadora e pré-candidata a presidência da república, Roseana Sarney. Sem conseguir explicar a origem do dinheiro, Roseana desistiu da candidatura à Presidência e elegeu-se senadora.

Em nota, o governador Jackson Lago disse que tudo já foi esclarecido à Justiça, e que os pagamentos do governo à Gautama referem-se a obras já realizadas. "É dever de qualquer governo honrar os compromissos legalmente assumidos por governos passados. Em nenhum momento autorizei quem quer que fosse a negociar com empresas ou empreiteiros em meu nome", diz a nota.

Em Alagoas, a denúncia do Ministério Público Federal contra o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), foi recebida com cautela, tanto na Assembleia Legislativa quanto no Ministério Público Estadual. A assessoria do governador disse que ele estava em Brasília, em um encontro com governadores e só iria se pronunciar depois de ser oficialmente notificado.

O líder do governo na Assembléia, deputado Alberto Sextafeira (PSB), afirmou que Vilela "estava tranqüilo". O líder da oposição, deputado Judson Cabral (PT), diz que o momento é de calma e disse que é preciso esperar a conclusão das investigações.

Os advogados do ex-ministro Silas Rondeau não foram localizados.