Título: Imprensa verde-amarela
Autor: Doca, Geralda; Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 14/05/2008, Economia, p. 25

Brasil é destaque em jornais estrangeiros

Os bons ventos da economia brasileira entraram definitivamente no radar da imprensa estrangeira. Ontem, o diário americano especializado em finanças "Wall Street Journal" afirmou que o Brasil aderiu ao grupo das novas potências econômicas. Trata-se do terceiro balanço sobre o país feito por jornais lá de fora em menos de uma semana. Na segunda-feira, o britânico "Financial Times" já havia classificado Lula como o "presidente do grau de investimento" - em contraste com Fernando Henrique Cardoso, "o presidente do apagão" - e, no domingo, o também britânico "Guardian" deu destaque para o "gigante que, enfim, desperta".

O "WSJ" disse ontem que o crescimento minguado da economia brasileira levou os mais céticos a querer tirar o "B" dos Brics (o grupo das economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China). Mas, "devagar e sem alarde", como escreveu o jornalista Matt Moffett, a economia mostrou consistência. Ele lembra que além de potência agrícola e de recursos naturais, o Brasil acrescentou um elemento inédito: o vigor da moeda. "Isso está ajudando a desfraldar a maior explosão de crescimento que o país já presenciou em três décadas, atraindo investidores estrangeiros e fornecendo uma máquina de crescimento para uma economia global debilitada", disse Moffett.

Ele diz que o crescimento, em torno de 5%, embora metade do de potências como Índia e China, é sustentável. Isso permitiu ao país acumular reservas e sair de uma quase moratória em 2002 para a posição de país sem débito, o que permite o anúncio da política industrial de US$125 bilhões e do fundo soberano entre US$10 bilhões e US$20 bilhões.