Título: Lula lança Arco mas obras na BR-101 estão lentas
Autor: Amora, Dimmi; Vasconcellos, Fábio
Fonte: O Globo, 13/05/2008, Rio, p. 18

Duplicação de trecho de estrada, que liga Rio a Paraty, enfrenta problemas por causa da falta de conservação

O início da construção de uma nova rodovia de 145 quilômetros, o Arco Metropolitano, foi comemorado ontem com pompa pelo governo, com direito à presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Sérgio Cabral. Mas, bem em frente ao palanque montado para a festa, podia-se ver um dos trechos que fazem parte da nova estrada que avança a passos lentos. A duplicação de trecho da BR-101 sul, que liga Paraty ao Rio, está longe de estar pronta e é uma preocupação por causa dos constantes problemas de falta de conservação.

- Ninguém passa 800 milhões de reais para o governo do estado administrar, se não tiver total confiança no governador e na sua equipe de que esse dinheiro vai ser aplicado corretamente para desenvolver todo o estado - disse Lula.

Prazo previa conclusão de obras em trinta meses

A duplicação da BR-101 sul é um dos trechos da construção do Arco. O aumento da pista começa em Santa Cruz, no fim da Avenida Brasil, e vai até Mangaratiba. No meio do caminho da estrada duplicada começa o trecho de 71 quilômetros do Arco Metropolitano que será construído pelo governo do estado ao preço de R$796 milhões. O Arco ainda tem um trecho de 22 quilômetros que já está pronto e outro de 25 quilômetros (Magé-Manilha) que será duplicado ao custo de R$380 milhões.

A obra da BR-101 sul começou em outubro de 2006 e estava orçada em R$220 milhões. Na época, o Departamento Nacional Infra-estrutura de Transporte (Dnit) anunciou que ela duraria dois anos, ou seja, terminaria em outubro deste ano. Mas o contrato assinado previa obras de 30 meses, ou seja, terminando em abril de 2009. Dezesseis meses depois, no entanto, as obras estão lentas. O prefeito de Itaguaí, Carlos Busato, o Charlinho, disse que já está preocupado com as obras seguirem no verão de 2010.

- Para o próximo verão, eu já nem tenho esperança. Estamos agora trabalhando para que a obra não passe de 2010 - disse o prefeito.

O presidente da Fundação de Turismo de Angra, Manuel Francisco de Oliveira, também está preocupado. Segundo ele, os trabalhos têm causado longos engarrafamentos. Ontem, a maioria dos funcionários e máquinas estavam trabalhando próximo ao local onde estava o palanque presidencial. Longe dali, no entanto, havia muito o que fazer. Das nove pontes que terão que ser construídas, nenhuma está pronta. Algumas já têm os pilares. Mas a maior de todas, que corta o Rio Guandu, está praticamente no zero. O ministro dos transportes, Alfredo Nascimento, disse que vistoriou a obra e que ela está num ritmo muito bom.

O Dnit informou que, devido a problemas como as chuvas no fim de 2007 e a transferência de 10 km de uma adutora da Cedae, além de novas demandas como a construção de acessos para a Companhia Siderúrgica Atlântico, o parque industrial de Santa Cruz, impedem que o projeto seja concluído este ano.

Alheios à demora na obra já iniciada, o presidente e o governador estavam exultantes. Eles disseram que a obra não saiu antes porque o governo anterior atrapalhou.