Título: Brasil vai crescer com inflação sob controle, diz presidente do BNDES
Autor: Lins, Letícia
Fonte: O Globo, 17/05/2008, Economia, p. 34

Coutinho prevê alta de 13% nos investimentos em infra-estrutura e indústria

RECIFE. O Brasil está resistindo bem à desaceleração global da economia, vai continuar crescendo e, apesar das pressões externas, conseguirá manter a inflação sob controle. A previsão foi feita ontem pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em conferência para empresários na Federação de Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe). Ele afirmou que, entre 2008 e 2011, os investimentos em setores como infra-estrutura e indústria deverão crescer a taxas entre 12,4% e 13,2% ao ano. Sendo que em algumas áreas industriais, como a petroquímica, o desempenho será ainda melhor: 36,8% anuais.

- A pressão inflacionária externa trará algum efeito sobre nossos preços, mas sem dúvida alguma a inflação será mantida sob controle - afirmou. - E isso é muito importante como elemento da manutenção do crescimento e também do poder de compra da população brasileira, do crescimento do mercado interno, que é um dos fatores que sustentam o dinamismo da economia.

Suape será modelo de desenvolvimento sustentável

Segundo Coutinho, a queda do desemprego e o crescimento do trabalho formal também contribuem para esse dinamismo. Ele citou ainda o elevado nível de reservas do país, o impulso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ainda os investimentos crescentes, inclusive privados. O BNDES, com base em dados de investimento, estima que, entre 2008 e 2011, indústria, infra-estrutura e construção residencial vão aplicar R$1,213 bilhão, contra R$696,3 milhões entre 2003 e 2006. Ou seja, um crescimento de 11,8% ao ano.

No setor industrial - cuja previsão é crescer 12,4% anuais - os destaques são petroquímica (36,8%), papel e celulose (19,4%), extração mineral (16,4%), siderurgia (12,1%) e software (10,5%). Para infra-estrutura, Coutinho mostrou otimismo. As previsões de crescimento anual são de 19,8% (energia elétrica), 18,7% (portos) e 16,9% (ferrovias).