Título: Doença dispara nos EUA
Autor: Vitória, Maria
Fonte: Correio Braziliense, 11/05/2009, Mundo, p. 18

País tem mais da metade dos casos confirmados pela OMS. Paciente contaminado morre na Costa Rica.

Especialistas em saúde pública se perguntam até quando a gripe A (H1N1) continuará se espalhando pelos Estados Unidos. O país, que ultrapassou o México em número de infecções na semana passada, vê a quantidade de pacientes se multiplicar dia a dia. Se no sábado eram 1.639 casos confirmados, ontem eles já atingiam 2.532. A terceira morte provocada pela gripe suína foi confirmada pelas autoridades dos EUA. Trata-se de um homem de cerca de 30 anos que tinha problemas cardíacos e morreu de complicações causadas pelo H1N1 na quinta-feira. O motivo do óbito só foi confirmado no fim de semana.

Dos 50 estados norte-americanos, 44 têm casos confirmados da doença. A terceira morte no país ocorreu no estado de Washington (noroeste dos EUA), na fronteira com o Canadá, mas até a noite de ontem não havia sido computada pela Organização Mundial da Saúde. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano estima que apenas 10% dos pacientes contraíram a doença durante viagem ao México. A OMS contabiliza 4.379 pessoas infectadas com o vírus H1N1 em 29 países.

Um temor da organização é de que a infecção fuja ao controle no Hemisfério Sul, onde está chegando o inverno ¿ época em que se torna mais comum o aparecimento de tipos diferentes do vírus influenza, causador da gripe. A OMS está preocupada com a possibilidade de o H1N1 se mesclar com outras cepas do influenza, como o H5N1, da gripe aviária, e tornar-se mais letal.

A Costa Rica divulgou ontem detalhes sobre a primeira morte por conta da gripe A (H1N1) no país centro-americano: a vítima é um homem de 53 anos que estava internado desde a semana passada em San José e já sofria de diabetes e de doença pulmonar crônica. Com ele, passam a ser 53 os mortos pela doença em todo o mundo ¿ a maior quantidade de vítimas (48) está no México.

China A OMS manteve o nível de alerta por conta do H1N1 em 5 (numa escala de 6) e advertiu que o vírus pode evoluir e ganhar força nos próximos meses no Hemisfério Norte. As autoridades sanitárias de alguns países ressaltaram, porém, a baixa taxa de mortalidade da epidemia atual, lembrando que a gripe sazonal mata 35.000 pessoas por ano nos Estados Unidos, 4.000 no Canadá e 2.500 na França.

A China, país que ainda não esqueceu o susto causado pelas epidemias de Sars e gripe aviária, ambas na última década, anunciou ontem o primeiro caso suspeito de gripe H1N1 em seu território continental ¿ Hong Kong já havia confirmado a contaminação de um paciente, um viajante mexicano que recebeu alta do hospital. Agora, as autoridades monitoram pessoas que estiveram no mesmo voo de um homem de 30 anos internado em Chengdu, capital da província de Sichuan. ¿De acordo com a análise clínica e com os resultados dos exames laboratoriais, o diagnóstico inicial é o de um caso suspeito de gripe tipo A H1N1¿, anunciou o Ministério da Saúde.

Na fronteira com o Brasil, a situação mais crítica ocorre na Colômbia, onde o número de casos suspeitos pulou para 189 neste fim de semana ¿ 20 a mais que o divulgado na última sexta-feira. Foram descartados 321 suspeitas depois de realizados exames de laboratório. O único paciente confirmado é um comerciante de Zipaquirá, a 50km ao norte de Bogotá, que esteve no México. Seu estado não é grave e ele segue recuperando-se em casa.