Título: Consumo, peso e altura
Autor: Schreiber, Mariana
Fonte: O Globo, 20/05/2008, Economia, p. 23

Para subsidiar políticas adequadas, o IBGE quer saber tudo

Legenda da foto: MESMO APRESSADA, Márcia atendeu o IBGE

Na correria do dia-a-dia, Márcia Valéria Cardoso parou ontem 40 minutos para atender o entrevistador da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, que ainda voltará ao menos duas vezes na sua casa, na Zona Norte do Rio, para acompanhar os gastos dela, do marido e dos dois filhos, durante uma semana.

Realizado a cada cinco anos pelo IBGE, o levantamento começou ontem e terminará apenas em maio de 2009, após percorrer 65 mil residências no país. O estudo trará detalhes sobre o consumo das famílias brasileiras, incluindo informações sobre uso de medicamentos genéricos, cartões de crédito, e coleta seletiva de lixo. O dados guiarão o governo na elaboração de políticas públicas.

Após parar de cozinhar o almoço e remarcar um compromisso, Márcia contou que a família consome produtos light e sempre come algum tipo de carne no almoço, itens que mais pesam nos gastos com alimentação. Falou também sobre a coleta de latinhas que, vendidas para reciclagem, foram revertidas em aparelhos de ginástica para o edifício. Ela aceitou, inclusive, que o técnico do IBGE medisse seu peso e sua altura, dados necessários para calcular o índice de desnutrição do brasileiro:

- Se soubesse que iam me pesar, não teria comido no fim de semana - brincou.

Mas nem sempre os técnicos são facilmente recebidos. Por falta de interesse, tempo, ou até medo da violência, algumas pessoas se recusam a atender o IBGE. Nesses casos, os supervisores da pesquisa entram em contato tentando explicar a importância da POF. Mesmo assim, cerca de 3% não respondem. As famílias previamente selecionadas para responder devem receber antes uma carta do IBGE. O telefone para dúvidas é 0800-721-8181.