Título: McCain perde seu 5º assessor em duas semanas
Autor: Passos, José Meirelles
Fonte: O Globo, 20/05/2008, O Mundo, p. 26
Relação com lobistas derruba principal arrecadador da campanha e baixas podem aumentar
WASHINGTON. A campanha do candidato à Presidência dos EUA pelo Partido Republicano, John McCain, perdeu seu quinto assessor de primeiro escalão em menos de duas semanas. O ex-deputado republicano Thomas G. Loeffler, co-diretor do comitê de finanças e um dos mais importantes arrecadadores da campanha, renunciou no domingo, após a imprensa americana ter revelado suas ligações com lobistas, e que a empresa que ele dirige tem entre seus clientes vários países estrangeiros, entre os quais a Arábia Saudita.
O escândalo fez com que todos os assessores de McCain recebessem a orientação de que os membros da campanha tinham que se desligar de todos os laços com grupos de lobby e averiguar que não haveria mais pessoal com registro de lobista.
- A única coisa que podemos informar neste momento é que Loeffler não faz mais parte da equipe de campanha (de McCain). Asseguramos que sua saída foi feita de forma extremamente amigável e agradecemos sua grande contribuição até o momento - disse o porta-voz de McCain, Tucker Bounds.
Pelo menos 112 lobistas trabalhariam para McCain
Loeffler, que comanda o The Loeffler Group, é apontado como o mais importante assessor a deixar a campanha de McCain desde meados do ano passado, quando um escândalo derrubou o estrategista-chefe da campanha do ex-senador pela indicação do Partido Republicano. Entre os clientes da empresa de Loeffler, além da Arábia Saudita, está a European Aeronautic Defense and Space Co., a empresa matriz da fabricante de aviões Airbus.
Segundo analistas, as baixas no comitê de McCain devem continuar, o que pode se tornar num grande problema de campanha. O principal conselheiro político do candidato republicano, Charlie Black, também está sob o fogo das críticas por ter dirigido uma empresa de lobby. Já o "Wall Street Journal" informou na semana passada que Rick Davis, diretor de campanha de McCain, dirige uma companhia que se dedica ao lobby em prol de um partido político ucraniano pró-Rússia.
De acordo com o site independente "Campaign Money Watch", pelo menos 112 lobistas trabalham para McCain. O problema é que o senador denuncia há muito tempo a influência dos lobistas em Washington e diz que pretende combater essa prática se for eleito.