Título: Brasil diz que situação não é grave
Autor: Freire, Flávio
Fonte: O Globo, 24/05/2008, O Mundo, p. 28

Marco Aurélio Garcia minimiza crise envolvendo brasileiros no Paraguai.

BRASÍLIA. O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil, Marco Aurélio Garcia, minimizou ontem a situação envolvendo fazendeiros brasileiros que moram em locais na fronteira do Paraguai. Apesar do aumento da tensão na região, Marco Aurélio disse que o assunto não foi tratado na reunião de presidentes para a criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), da qual participaram o atual presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, e o presidente eleito daquele país, Fernando Lugo.

Marco Aurélio disse que o assunto "não está na ordem do dia", mas afirmou que irá ao Paraguai em junho para analisar as demandas do país a partir de agora.

- Não consideramos que seja um problema de uma gravidade tal que exigisse uma medida imediata. Essas tensões não começaram hoje, é normal que venham à tona - disse Marco Aurélio, acrescentando, porém, que o Brasil está sempre atento.

Recrutamento de milícias pode criar mais problemas

Já o Itamaraty vem acompanhando a situação e acredita que a situação está sob controle. A posição é de que nenhum brasileiro será expulso do Paraguai e que as regras ficaram claras com o decreto que tratou das terras em faixas de fronteira. Brasileiros nessa situação só não vão poder vender ou repassar as terras para terceiros.

O problema é que os fazendeiros brasileiros estariam formando milícias para se proteger de eventuais expulsões e até de invasões de sem-terra paraguaios, o que poderá resultar em problemas com as autoridades paraguaias, já que as leis do país proíbem este tipo de prática.