Título: Agressividade do suspeito pode ter feito outras vítimas
Autor: Duran, Sergio; Araújo, Vera
Fonte: O Globo, 26/05/2008, Rio, p. 8

Motoristas e até porteiro afirmam já ter sido atacados por Itamar.

André Luiz Reuter Lima pode não ter sido a única vítima da agressividade de Itamar Campos Paiva ao volante. O comerciante Antônio Casari Neto, de 41 anos, disse ao GLOBO ter reconhecido a foto de Itamar, divulgada pela polícia, nos jornais e contou já ter se envolvido numa discussão com ele no início deste ano, após uma colisão no estacionamento de um hipermercado na Barra da Tijuca. Segundo Antônio Casari, o incidente consta do Boletim de Registro de Acidente de Trânsito (Brat) feito por policiais do 31º BPM (Recreio) no dia 26 de janeiro:

¿ Eu estava manobrando quando, por desatenção, encostei no dele dele. Ele saiu revoltado do veículo, e me xingando. Pegou o macaco no porta-malas do carro e bateu no capô do meu. Eu consegui dominá-lo, reagi e cheguei a agredi-lo. Como tive que viajar no dia seguinte para o exterior, não levei o caso adiante na polícia.

Outro caso aconteceu em Niterói. Segundo a ocorrência 076-04130/2006 registrada em delegacia, Itamar já teria agredido um porteiro. Três anos antes, Itamar se envolveu em outra confusão, mas com um motorista de Kombi. Nessa ele levou a pior e foi parar num hospital.

Filhos estão traumatizados

Enquanto isso, parentes contam que os filhos de André Luiz, que estavam com ele no momento da agressão, estão traumatizados. Para os adolescentes de 13 e 14 anos, o episódio foi traumático. O irmão de André, Leandro Lima, contou que os meninos precisaram tomar calmantes para dormir.

¿ O mais novo, que pediu socorro pelo celular, chegou a virar a cabeça do pai para ele não engolir sangue. Eles repetem que não conseguem esquecer a cena do pai sendo espancado ¿ contou o tio.

Os filhos perguntam pelo pai e ontem viajaram para um sítio, acompanhados do colega que também estava com eles na noite do incidente.

Colegas de trabalho de André Luiz também estão chocados com o incidente. A administradora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberta Azeredo da Silveira, de 25 anos, conta que a vítima chefia há seis meses a Divisão Administrativa Geral da FGV, como gerente de compras, e costuma passar a semana em viagens de trabalho entre o Rio e São Paulo. Ela cobra ação rápida da polícia para prender o culpado.

¿ O André é uma pessoa calma, não partiria para a agressividade por causa de uma discussão de trânsito. Queremos agilidade para punir o responsável por essa barbárie. Quando é de interesse da polícia, como o caso do delegado morto no Recreio, eles resolvem rápido. Não entendo o motivo da demora em localizar o responsável por esse crime. Essa agressão não pode passar impune ¿ desabafou.