Título: Renunciar está fora de cogitação, diz pedetista
Autor: Braga, Isabel; Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 28/05/2008, O País, p. 4
Paulinho afirma não ver gravidade no caso
BRASÍLIA. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) definiu ontem, em reunião com o presidente em exercício do partido e líder da bancada, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), sua estratégia para enfrentar o processo de cassação: anunciou que não vai renunciar. Abatido, Paulinho disse que iria até o fim do processo. Informou que já tinha se antecipado e solicitado ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que enviasse o processo ao Conselho de Ética.
- Renunciar está fora de cogitação. Sou vítima de armação. Vou mostrar que houve armação política. Não sei onde está a gravidade do caso. Abri meus sigilos.
O deputado alegou que João Pedro Moura e Marcos Mantovani, citados no escândalo, assumiram a culpa e admitiram que usaram indevidamente seu nome para captar clientes para a empresa. Para ele, o fato de João Pedro aparecer em seu gabinete não é prova de crime.
- Os suspeitos envolvidos nesses casos foram depor e falaram que usaram o meu nome indevidamente. Agora, eles precisam explicar o que aconteceu. Como posso ser acusado? O João Pedro foi assessor da Força. Ele chegou a visitar o meu gabinete, como o foi também no gabinete de outros deputados. Qual o problema nisso? - questionou o deputado.
O processo de cassação dividiu opiniões no PDT. Enquanto o líder na Câmara, Vieira da Cunha, considerou precipitada a ação da corregedoria, o líder do PDT no Senado, Osmar Dias (PR), pediu o afastamento de Paulinho do partido.