Título: Prova em branco
Autor: Tahan, Lilian
Fonte: Correio Braziliense, 09/05/2009, Política, p. 11

As denúncias que podem virar tema da terceira CPI na atual legislatura da Câmara tiveram origem em dezembro de 2006. Na época, a suspeita de que uma candidata teria passado no exame da Ordem mesmo tendo entregue a prova em branco motivou a abertura de investigação pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Ética da OAB-DF, que constatou irregularidades em 137 provas.

Laudos feitos por peritos da PF sobre testes da segunda fase do concurso revelaram que outras pessoas responderam às questões discursivas no lugar de três candidatos inscritos. As investigações do MPF se concentraram em apurar a participação de algum funcionário ou diretor da OAB-DF no esquema fraudulento. O então vice-presidente da OAB local e presidente da Comissão de Exame da Ordem, Paulo Thompson Flores, acabou como parte do escândalo das fraudes nas provas.

Foi descoberto que Thompson Flores fez uma ligação para o celular do filho, que era um dos candidatos ao certificado, no momento do exame. O telefonema teria sido para informar o concorrente sobre o resultado de uma partida de futebol, mas a atitude gerou enorme polêmica e foi o estopim para o afastamento de Thompson Flores da direção da OAB.