Título: Patrimônio de delegado seria incompatível
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Fonte: O Globo, 30/05/2008, O globo, p. 14

No apartamento de Álvaro Lins, em Copacabana - avaliado em cerca de R$1,2 milhão, com três vagas na garagem e elevador privativo - os policiais federais teriam encontrado ontem provas de que o ex-chefe de Polícia usava "laranjas" em negócios imobiliários. Foram apreendidos registros de imóveis no Rio e em Barra Mansa, em nome do deputado e de sua atual mulher, a médica do Corpo de Bombeiros Sissy Toledo de Macedo Bullos Lins.

Os policiais também encontraram documentos mostrando que o delegado e sua mulher aplicavam quantias altas em ações, além de contas em nome de terceiros, suspeitos de serem "laranjas" do deputado. Em seu gabinete da Alerj, a PF encontrou registros de imóveis em nomes de desconhecidos.

Os procuradores federais explicaram que durante as investigações da Operação Gladiador, em 2006, a PF apreendeu na casa do inspetor Marinho - preso ontem em Vila Isabel - uma planilha com gastos pessoais de Álvaro, que mostrava uma movimentação de R$25 mil por mês. Como chefe de Polícia, Álvaro Lins recebia R$7 mil de salário.

- O sogro e a mulher eram usados como "laranjas" para fazer a lavagem de dinheiro. Foi isso que nos permitiu fazer a prisão em flagrante - explicou o superintendente da PF, Valdinho Jacinto Caetano.