Título: Na Itália, dona Marisa recebe apelo para ajudar a esclarecer crime em AL
Autor: Araújo, Vera G.de
Fonte: O Globo, 31/05/2008, O País, p. 9

Audiência de Lula com o Papa ainda não foi confirmada pelo Vaticano

ROMA. A primeira-dama Marisa Letícia visitou, com seus filhos, a cidade onde moraram seus antepassados: Palazzago, na província de Bergamo, extremo norte da Itália. O bisavô dela, Giovanni Casa, partiu de lá no início do século passado para procurar fortuna no Brasil. Dona Marisa foi recebida pelo prefeito Roberto Bruni e pelo presidente da província, Valerio Bettoni. O presidente da província entregou a dona Marisa, que tem cidadania italiana, uma carta pedindo atenção ao caso de Nicholas Pignataro, jovem de Bergamo assassinado em Maceió e enterrado como indigente, e que ajude a facilitar o retorno do corpo ao país.

A morte de Pignataro está cercada de mistério. Ele desapareceu em 17 de maio. Um dia depois, foi encontrado morto em um matagal, na Barra de São Miguel, a 35 quilômetros de Maceió, com dois tiros na nuca, e enterrado três dias depois como indigente. Seu corpo estava ao lado do de um vendedor de DVDs e CDs piratas. A polícia não forneceu informações sobre o crime. A representante do Consulado da Itália em Recife, Elisa Rogato, disse que o corpo de Pignataro, exumado ontem, será trasladado para a Itália.

O presidente Lula chega hoje a Roma. Nos três dias em que passa na cidade, antes da conferência da FAO sobre segurança alimentar, pretende descansar. A exceção seria um encontro com o Papa Bento XVI.

A Santa Sé informou que vários chefes de estado pleitearam audiência particular com o Papa. Alguns pedidos são problemáticos, como o do presidente venezuelano Hugo Chávez. A Santa Sé propôs encontro coletivo, mas a oferta foi recusada. O Vaticano deu a entender que a disponibilidade de Bento XVI para encontro com Lula era total, mas que havia problema de agenda, pois ele fica em Roma até terça-feira, e a maioria das audiências se concentra a partir da quarta.

O único compromisso presidencial até agora confirmado é um jantar com Massimo D"Alema, velho amigo do presidente e ex-ministro do Exterior no governo de Romano Prodi, atualmente um dos líderes do Partido Democrata, na oposição.