Título: PT já disputa ministérios de Marta Suplicy e Marinho
Autor: Braga, Isabel; Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 01/06/2008, O País, p. 13

Ministros sairão do governo para disputar eleição

BRASÍLIA. A abertura de duas vagas na Esplanada dos Ministérios, com a saída dos petistas Marta Suplicy (Turismo) e Luiz Marinho (Previdência) até o próximo dia 5 de junho, pôs o PT sob alerta e atiçou a cobiça dos aliados. Marinho e Marta se despedem do governo esta semana para concorrer nas eleições municipais de outubro. O PT quer manter sob seu comando os dois cargos e apresentou a Lula o nome do deputado José Pimentel (PT-CE) para a Previdência. Mas Lula não dá sinais de que tem pressa em definir os substitutos dos dois petistas.

Lula consultará ministros sobre substitutos

No caso do Turismo, o partido trabalha com a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva optar por um amigo dele ou uma pessoa ligada à própria ministra. Os petistas até se contentam com a permanência do secretário-executivo Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho - ou Luizinho, como o chamam alguns deputados. Técnico filiado ao partido, Barreto é quem executa, na prática, a política do ministério, recebe e encaminha as demandas dos políticos aliados.

Marta vai deixar o governo para disputar a Prefeitura de São Paulo. Marinho concorrerá a prefeito de São Bernardo do Campo. Segundo o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), Lula disse que acertará a substituição dos dois com o partido e os próprios ministros. A reunião, no entanto, ainda não está prevista pelo Palácio do Planalto.

- Combinamos que o presidente vai nos chamar, chamar os dois ministros, para decidir quem vai para as vagas. O que o PT quer é que as vagas fiquem com o PT - disse Berzoini.

Apesar da pressão petista, Lula já demonstrou que não tem pressa em preencher as vagas. Ele deverá manter os dois secretários-executivos interinamente - e essas interinidades podem durar até o segundo turno das eleições. O secretário-executivo da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, é funcionário de carreira do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e conquistou postos de confiança desde a gestão de Berzoini, no primeiro ano do governo Lula.