Título: Pedetista vai à Justiça se defender
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 29/05/2008, O País, p. 8

Paulinho diz que processará quem está fazendo acusações contra ele

Tatiana Farah

SÃO PAULO. O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), presidente da Força Sindical, afirmou ontem que vai entrar na Justiça para "reparar sua honra" e de sua família e que quer mostrar aos parlamentares que seria "vítima de armação política". Ele é apontado pela Polícia Federal como participante de um suposto esquema para atuar como intermediário na obtenção de empréstimos de empresas e prefeituras junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES ). O grupo cobrava propina sobre o valor liberado.

Paulinho, que afirmou estar com telefone celular grampeado, ocupou ontem todo o horário político do PDT em São Paulo. É uma tentativa de aquecer sua pré-candidatura à prefeitura da cidade.

- Vou fazer uma série de processos (por perdas e danos morais), vou trabalhar nisso. Ou seja, vou reparar minha honra, minha e da minha família. Vou trabalhar nesse sentido - afirmou Paulinho em entrevista à Rádio CBN. - E, no Congresso, vou mostrar toda essa armação política pelo trabalho que eu tenho feito em defesa dos trabalhadores.

Paulinho desqualifica acusações contra ele

O deputado participou de ato promovido pelas centrais sindicais que defendeu a redução da jornada de trabalho. Para Paulinho, as acusações contra ele seriam as gravações telefônicas em que seu nome é mencionado pelos integrantes da suposta quadrilha. Também citou os depoimentos dos réus à Justiça Federal, nos quais Marcos Mantovani, sócio majoritário da empresa de consultoria Progus, e João Pedro de Moura, ex-conselheiro do BNDES e consultor da Força Sindical , dizem ter usado o seu nome de modo indevido.

- Aí depois eu vou lá e falo: "eu usei indevidamente o nome dele", que foi o que o cara fez (João Pedro), e eles continuam dizendo que eu roubei? Então, o que eu tenho de fazer? Eu tenho de mostrar essa armação toda.

João Pedro Moura, em seu depoimento, segundo os advogados presentes ao interrogatório realizado segunda-feira pela Justiça Federal, disse que usava o nome de Paulinho, a quem chama de "chefe", para outras pessoas, nos telefonemas interceptados pela PF, com o objetivo de captar clientes e de aumentar sua parte no rateio das "comissões" sobre os empréstimos obtidos junto ao BNDES.

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