Título: PF investiga mais duas empresas no esquema
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 29/05/2008, O País, p. 8

Dono de prostíbulo está foragido

SÃO PAULO. Os dois homens acusados de comandar o esquema de propinas em financiamentos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) podem ter ligações em outras áreas e anteriores às negociações em que se beneficiaram com os empréstimos do banco. A Polícia Federal está investigando a sociedade do empresário Manuel Fernandes de Bastos Filho, o Maneco, que é dono de um prostíbulo e está foragido, com o irmão de João Pedro Moura, Julio Cesar, em duas empresas de consultoria de São Paulo, a Celegen e a OpçãoCasa. As duas empresas foram abertas em 2005, com diferença de menos de dois meses cada uma.

O advogado Julio Cesar de Moura, segundo sua família, morreu em junho de 2006. A morte teria acontecido em Registro (SP). O capital social de cada empresa é de R$10 mil. Maneco é sócio minoritário, com R$100, ou 1%. O objeto da Celegen é, segundo a Junta Comercial do Estado de São Paulo, atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica. Já a OpçãoCasa tem como objeto serviços de escritório e apoio administrativo.

O endereço fornecido pelas empresas tanto na Junta Comercial como no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica é o mesmo. No entanto, trata-se de um escritório de contabilidade, que apenas transferiu a propriedade da empresa OpçãoCasa e fez a abertura de firma da Celegen. Depois, não prestou mais serviços para os empresários.

Segundo os donos da empresa de contabilidade e os funcionários, a intenção dos empresários era prestar serviços para sindicatos.

A Polícia Federal ouviu o empresário de construção Eliúde Rodrigues de Souza, citado no inquérito. Mas ele disse que só negociava imóveis com Maneco e negou envolvimento no caso.