Título: Gabrielli quer sondas feitas no país
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Fonte: O Globo, 29/05/2008, Economia, p. 25

Estaleiros nacionais não têm como entregar 12 das 40 encomendas

Ramona Ordoñez

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, reforçou a disposição de encomendar no país o maior número das 40 sondas de perfuração que vai afretar até 2017. O Sindicato da Indústria Naval (Sinaval) enviou carta ao governo afirmando que os estaleiros nacionais não têm condições de construir as 12 primeiras sondas, previstas para serem entregues até 2012.

- Queremos fazer o máximo possível aqui - disse Gabrielli, no XX Fórum Nacional.

O presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, explicou que, na carta enviada terça-feira à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o setor aceita que as 12 primeiras sondas sejam feitas no exterior. Mas se os estaleiros internacionais não tiverem como entregá-las até 2012, a indústria nacional entraria na disputa. Segundo Rocha, os nacionais podem atender às demandas da Petrobras, mas não seria possível se capacitarem para entregar as sondas até 2012.

O presidente do Conselho de Administração da Odebrecht, Emílio Odebrecht, informou que o grupo pretende construir mais dois estaleiros no país (já tem um na Bahia). Ele não descartou comprar um estaleiro nacional, e afirmou que o grupo teria interesse no mercado de sondas para águas profundas.

Jirau: Odebrecht diz semana que vem se vai à Justiça

Gabrielli anunciou que a Petrobras pretende construir mais duas refinarias no país - além do Complexo Petroquímico do Rio e da unidade de Pernambuco. Uma das novas é a Premium, no Maranhão. A outra está em estudo.

- Temos a chance de ser um grande refinador e exportador de derivados - disse Gabrielli.

O consórcio perdedor no leilão da usina de Jirau, no Rio Madeira, liderado por Odebrecht e Furnas, vai decidir semana que vem se entrará na Justiça contra os vencedores (Suez, Camargo Corrêa e as estatais Chesf e Eletrosul). O consórcio avalia até que ponto as mudanças no projeto - deslocamento de nove quilômetros - poderão afetar a outra usina do Madeira, Santo Antônio, que tem a Odebrecht no consórcio vencedor.

- Já temos consciência de que houve uma alteração da regra do edital. Nosso compromisso é gerar energia seis meses antes do previsto. Se algo atrapalhar, vamos às últimas conseqüências - disse Odebrecht. (Com agências internacionais)