Título: A CPI do pânico
Autor:
Fonte: O Globo, 04/06/2008, O Globo, p. 2

Há um grande escândalo rondando o país: o da Alstom. A empresa suíça teria lubrificado com propinas contratos com o governo federal e o Estado de São Paulo. A imprensa tem noticiado. No Congresso: silêncio. Até agora, não apareceu um "xiita" do PT ou um "ético" do PSDB para propor uma CPI. O caso ameaça ser maior que o do mensalão. O Congresso entrou na fase da pizza pré-pronta.

A guerra pelos "royalties" do petróleo

Os senadores do Rio não participaram ontem do debate na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado sobre a mudança da política de redistribuição dos royalties do petróleo. O presidente da comissão, Aloizio Mercadante (PT-SP), e a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), fizeram críticas à atual partilha, que privilegia o Rio de Janeiro e a cidade de Campos. O presidente da Agência Nacional de Petróleo, Haroldo Lima, também é favorável a uma redivisão. Mas Mercadante e Ideli foram mais longe: defenderam a revisão dos limites marítimos existentes. Depois da guerra fiscal, está começando a guerra pelos royalties do petróleo.

Isso é eleitoralismo. É o kit PT" - José Serra, governador de São Paulo, sobre a criação de uma CPI para investigar a ação da Alstom no Brasil e em São Paulo

OS TRABALHADORES. As centrais sindicais mobilizaram uma centena de dirigentes para a manifestação, no plenário da Câmara, pela aprovação de emenda constitucional pela redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas. Eles entregaram aos presidentes da Câmara e do Senado abaixo-assinado com 1,5 milhão de assinaturas a favor da proposta. Nos discursos, disseram que a mudança vai gerar 2,2 milhões de empregos.

Causa própria

Os sindicalistas da Força Sindical defendiam ontem a equiparação da carreira de delegado de polícia com o Ministério Público. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) explicou: "Se eu for preso, os delegados vão me tratar bem".

PSDB e DEM disputam Crivella

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) está no centro das articulações nas eleições de Salvador. O PSDB e o DEM disputaram o apoio do apresentador Raimundo Varela (PRB). O DEM levou a melhor. Varela, que lidera as pesquisas de intenção de voto, decidiu apoiar Antonio Carlos Magalhães Neto. Irritados, os tucanos dizem que, em troca, o DEM vai apoiar Crivella no segundo turno do Rio, caso sua candidata, Solange Amaral, não chegue lá.

O acordo feito por Fernando Pimentel

O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, teve que fazer um acordo para que o diretório nacional suavizasse sua posição sobre as eleições locais. O acordo é assim: a decisão volta para o diretório municipal e caberá a este, por sua livre iniciativa, excluir o PSDB e o PPS da coligação. O grupo de Pimentel propôs essa fórmula para não parecer que houve uma intervenção no estado. Um membro da direção diz que, se o acordo não for cumprido, o caldo vai entornar.

DOCUMENTO distribuído pela Agência Nacional de Petróleo diz, sobre as alternativas de exploração do pré-sal: "O contrato de partilha da produção - o país hospedeiro (a União), através de uma entidade inteiramente sua (100%) estatal, contrata empresas para exploração e prospecção (E & P)".

NA SESSÃO SOLENE pelos 200 anos da imprensa no Brasil, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), voltou a criticar o presidente Lula pelo excesso de medidas provisórias.

O DEM DO RIO tem pesquisas que demonstrariam que o programa municipal Remédio em Casa tem mais apelo eleitoral que o Bolsa Família do governo federal.

Mais um rolo

O governador Aécio Neves (MG) deixou de lado ontem as eleições de Belo Horizonte para tentar fechar o apoio do ex-presidente Itamar Franco à candidatura do deputado Custódio Mattos (PSDB) para a prefeitura de Juiz de Fora.