Título: Deputado admite deixar presidência do PDT em SP
Autor: Suwwan, Leila; Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 04/06/2008, O País, p. 5
Ministro do Trabalho defende afastamento de Paulinho do cargo
BRASÍLIA. Para tentar diminuir o constrangimento no PDT e recuperar apoio de parte do partido, o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho, admitiu ontem se afastar da presidência da legenda em São Paulo, na próxima semana. O anúncio de Paulinho ocorreu logo depois de o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, dizer que o deputado deveria se afastar das funções partidárias para se defender no Conselho de Ética.
O deputado pedetista decidiu enfrentar o processo por quebra de decoro. Caso seja cassado, perderá os direitos políticos por oito anos; se renunciasse antes da abertura do processo no Conselho, não correria esse risco.
- Estou pensando, sim, em me afastar do cargo de presidente do PDT em São Paulo. Mas não é por causa de denúncia nenhuma. Estou sem tempo de cuidar das coisas do diretório, principalmente em ano eleitoral - disse Paulinho, que afirmou estar sendo perseguido como foram líderes trabalhistas, citando os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart e o ex-governador Leonel Brizola.
Lupi voltou a dizer que não poria a mão no fogo pelo colega, mas afirmou acreditar na sua palavra:
- Minha avaliação é que ele deveria fazer isso (se afastar) para se defender. Acredito na palavra do companheiro. Parece que há uma orquestração contra o PDT - disse Lupi.
Paulinho dividiu o dia de ontem entre articulações para salvar o seu mandato e no debate da comissão geral da Câmara sobre a proposta redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas. Na Câmara, andou de mãos dadas com companheiros, vestindo uma camiseta, e foi aplaudido pelos sindicalistas.