Título: Fraco desempenho de Molon pesou
Autor: Góis, Chico de; Tabak, Flávio; Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 07/06/2008, O País, p. 3

Acordo começou a fazer água há cerca de 20 dias

O fim da aliança PT-PMDB para as eleições municipais do Rio começou a ser ensaiada há cerca de 20 dias, quando líderes do PMDB já apontavam três grandes problemas para a manutenção da chapa. O primeiro deles foi a dificuldade do PT de impedir que seus candidatos concorressem em cidades onde o PMDB tem mais chances de vitória. Pelo acordo inicial, o PT seria cabeça de chapa na capital e em Niterói, e o PMDB, no interior. Foram realizadas várias reuniões entre nomes de peso dos dois partidos, mas não se chegou a uma solução.

Segundo fontes do PMDB, o partido estava impaciente com o fraco desempenho de Alessandro Molon (PT) nas pesquisas, com aproximadamene 3% das intenções de voto. Os peemedebistas se diziam preocupados ainda com a ausência do programa de governo.

Na viagem para Brasília para a posse do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o governador Sérgio Cabral chegou a conversar com Molon, alertando para o problema. Cabral pediu ao candidato que assumisse o comando da campanha.

- Não havia uma reunião sequer marcada para resolver isso. Não tínhamos programa, nem coordenador de campanha, e essas coisas precisam ser resolvidas rapidamente - disse um integrante do PMDB.

Havia ainda um outro incômodo dentro do PMDB. Para os peemedebistas, a indefinição sobre a alianças nas cidades fez aumentar a pressão de vereadores e deputados do partido junto ao diretório estadual. Eles tentavam convencer os líderes de que a chapa poderia reduzir a força do partido em várias cidades, caso não fosse resolvido o impasse com o PT.