Título: A violência urbana nas telas de novo
Autor: Costa, Célia
Fonte: O Globo, 07/06/2008, Rio, p. 17

Filme contará história de miliciano

O cinema brasileiro segue a trilha da violência urbana. Após uma série de filmes sobre a história do tráfico de drogas no Rio - "Cidade de Deus", "Meu nome é Johnny", "Notícias de uma guerra particular" e "Tropa de elite" -, chegará às telas em breve "Milícias: poder paralelo", a primeira película esmiuçando um tema que aterroriza comunidades carentes. Do cineasta Roberto Farias, o filme vai mostrar as idiossincrasias na vida de um bombeiro militar que, juntamente com policiais militares e civis, expulsa traficantes de uma favela vizinha à sua casa e, mais tarde, se rebela contra as atrocidades cometidas por seus colegas milicianos. O filme no entanto, pode receber adaptações:

- Estudo uma forma de incluir a tortura sofrida por jornalistas de "O Dia", na Favela do Batan. O filme não propõe soluções, apenas denuncia - disse Farias.

Não bastasse o filme, Rodrigo Pimentel, co-autor de "Tropa de elite", longa baseado em seu livro "Elite da tropa", avisa que já está no forno a seqüência da obra: "Elite da tropa 2", que também vai mexer na ferida dos milicianos. Pimentel, pesquisador do tema, vai contar que as primeiras milícias tinham boas intenções, mas que, com o passar do tempo, perceberam a necessidade de recursos financeiros para manter as favelas livres do tráfico:

- Hoje, já há milícias vendendo drogas. As outras práticas, como o "gatonet", acontecem por falta de ação do poder público.

A produção de "Milícias: poder paralelo", que será lançado em meados de 2009, procura uma favela para as filmagens. O elenco deverá contar com Marcelo Farias no papel do bombeiro Ezequiel, Reginaldo Faria como secretário de Segurança e, entre outros atores, Lázaro Ramos como Pé na Cova.