Título: Descartado, PT espera Cabral para se decidir
Autor: Tabak, Flávio
Fonte: O Globo, 08/06/2008, O País, p. 10

Partido reafirma apoio a Molon, abandonado pelo governador do Rio, mas dá indicações de que fica no governo

O diretório estadual do PT no Rio deu ontem todas as indicações de que permanecerá no governo Sérgio Cabral mesmo após a quebra do acordo com o PMDB em torno da pré-candidatura a prefeito do deputado estadual Alessandro Molon. Reunidos na sede do partido, no Centro do Rio, dirigentes petistas, entre eles o secretário-geral, José Eduardo Cardozo, e o ministro Edson Santos (Igualdade Racial), divulgaram nota na qual criticam a atitude do PMDB, mas não tomam qualquer decisão sobre a permanência no governo Cabral.

Para o presidente do diretório estadual, Alberto Cantalice, vai ser impossível decidir o que fazer antes do retorno do governador da Europa:

- Hoje não há risco de debandada do governo, nossos secretários desenvolvem um excelente trabalho. A relação ficou atritada, mas vamos esperar a chegada de Cabral.

De acordo com o documento, a decisão dos peemedebistas foi tomada de "forma unilateral e não se coaduna com a parceria entre os partidos nos planos federal e estadual". O documento afirma também que a falta de contrapartida do PT em outros municípios do Rio foi apenas um pretexto usado pelo PMDB para encerrar a parceria. Os petistas defendem a tese de que o partido de Sérgio Cabral "tem dificuldades internas em unificar seus diversos grupos".

- Não há ruptura do PT com o PMDB. A vida continua, faremos aliança com o partido em outros lugares - afirmou o ministro Edson Santos.

José Eduardo Cardozo preferiu não comentar o rompimento do PMDB:

- Seria deselegante fazer isso, é uma questão regional. A candidatura do Molon é forte e viável para a cidade.