Título: Tive parceria intensa com Crivella
Autor: Gois, Chico de; Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 10/06/2008, O País, p. 4

Cabral defende Paes e elogia os adversários dele

O governador Sérgio Cabral disse ontem que o PT continuará em seu governo mesmo após o rompimento do acordo entre o partido e o PMDB em torno da pré-candidatura de Alessandro Molon a prefeito do Rio. Ele também defendeu a pré-candidatura de Eduardo Paes, mas não deixou de elogiar todos os prováveis adversários que estão na corrida para a prefeitura, inclusive o petista preterido pelo PMDB.

Cabral, que participava de evento no Copacabana Palace, disse que a eleição não interfere nos cargos do governo do estado ocupados por representantes do PT, e que a relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não será modificada:

- Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Uma é a eleição municipal, outra é a gestão estadual. O PT continua no meu governo. Mais do que um apoiador do governo Lula, sou fã do presidente. Nada muda.

O governador admitiu que negociou, da Grécia, o relançamento da candidatura de Eduardo Paes e o fim do acordo com o PT. Cabral, no entanto, distribuiu afagos aos outros concorrentes, inclusive Marcelo Crivella (PRB) e Solange Amaral (DEM).

- A decisão não me surpreendeu, acompanhei tudo de Atenas. O Eduardo Paes já provou sua competência. Liguei para o Lula e expliquei o que estava ocorrendo. O presidente é um democrata. O Molon é um candidato excepcional, merece todo o nosso respeito. A ex-deputada Jandira Feghali é uma pessoa extraordinária. O Marcelo Crivella foi meu colega de Senado. Tive uma parceria intensa com ele em defesa do Rio. O governo Lula tem candidatos fortes e importantes - disse Cabral, elogiando também a pré-candidata do DEM: - Conheço a deputada Solange Amaral há muitos anos e tive a honra de apoiá-la para governadora, em 2002. Ela foi minha colega na Assembléia Legislativa, onde foi extremamente atuante.

Sobre a saída de Paes do governo do estado, criticada por adversários por uma manobra que envolveu o Diário Oficial, Cabral minimizou a polêmica. Para ele, o questionamento é uma bobagem:

- Ele saiu dentro da data permitida. O secretário Regis Fichtner (Casa Civil) cuidou pessoalmente disso. Não há empecilho legal. Saiu na data correta do Diário Oficial do dia 5 de junho. Esse questionamento é uma bobagem.

O governador comentou o resultado da reunião de ontem do PMDB que decidiu pela não-coligação com o DEM e o lançamento de candidatura própria na cidade - o nome será decidido pela convenção, em 22 de junho. Cabral lembrou que, antes do acordo entre PT e PMDB, havia conversado com Molon sobre sua preferência pelo nome de Paes:

- O Molon e o presidente do PT sabiam desde o início que eu tinha o desejo de levar Eduardo Paes como candidato. A aprovação por unanimidade da candidatura própria no PMDB me deixou muito feliz. As forças majoritárias do partido avaliaram que Paes tinha capacidade e densidade para disputar, fico feliz.