Título: Orçamento tem rombo de R$1,3 bi
Autor: Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 15/06/2008, O País, p. 8
Oposição condena cortes de gastos e manutenção de benefícios fiscais
BRASÍLIA. No auge da crise gaúcha, Yeda Crusius conseguiu aval do governo federal para o financiamento de US$1,1 bilhão do Banco Mundial, que vai aliviar as finanças do estado. O dinheiro não vai entrar nos cofres do governo, mas permitirá o alongamento da dívida do estado e o pagamento de juros mais baixos, reduzindo a pressão sobre o Orçamento e permitindo uma folga para investimentos públicos em infra-estrutura e obras sociais. Yeda deverá usar a conquista como um de seus trunfos na disputa política.
O Orçamento estadual para 2008 tem rombo de R$1,3 bilhão, mas a meta, diz Yeda, é reduzi-lo para R$600 milhões até o final do ano e zerar o déficit em 2009, para recuperar a capacidade de investimento do estado. A tucana herdou uma difícil situação financeira. Para 2007, primeiro ano de sua gestão, a previsão era de um déficit de R$2,4 bilhões, reduzido pela metade, graças a um programa de ajuste executado pelo governo e criticado pela oposição: corte de 30% nas despesas de custeio da máquina e a redução dos cargos comissionados. A economia em 2007 foi de R$300 milhões.
- O problema é fazer o ajuste só em cima de corte de despesas. Do lado da receita, o governo mantém uma escandalosa renúncia fiscal - critica o deputado estadual Raul Pont (PT).
Dados do Orçamento mostram que as desonerações (benefícios fiscais) no estado somam R$6,5 bilhões contra uma arrecadação anual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de R$12,5 bilhões. O Orçamento gaúcho prevê R$21,3 bilhões de receita e gastos de R$22,6 bilhões em 2008. A folha de pessoal é de R$11,5 bilhões e, mesmo com cortes, teve crescimento de 5,8% em relação a 2007.
Para Yeda, a crise não afetará a confiança dos investidores:
- O governo não parou de trabalhar. A força e a coragem da governadora continuam iguais e acho que vou ter a companhia mais firme dos partidos da base do que tive até agora.