Título: PSDB diz que Yeda é vítima de ações políticas
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Fonte: O Globo, 14/06/2008, O País, p. 8

Sem citar vice do DEM, cúpula tucana denuncia, em nota, articulação para "atingir a honra" da governadora gaúcha

BRASÍLIA. Em nota assinada pelo presidente Sérgio Guerra (PE), a direção nacional do PSDB preferiu denunciar ontem a existência de um movimento articulado para desestabilizar a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. Segundo a nota do partido, essa articulação acontece porque a tucana estaria imprimindo em sua administração reformas profundas e um rígido programa de ajuste fiscal.

"Sua eleição contrariou interesses e rompeu paradigmas, o que desencadeou práticas, procedimentos e ações políticas condenáveis e inadmissíveis no quadro democrático", diz a nota de Sérgio Guerra.

Paulo Feijó responderá a processo no partido

Apesar de falar em "ações políticas condenáveis", a nota não faz qualquer referência às gravações de conversas feitas pelo vice de Yeda, Paulo Feijó (DEM), que comprometem seu governo com suspeitas de desvio de recursos públicos para campanhas políticas. Em um dos diálogos gravados, o ex-chefe da Casa Civil Cézar Busatto - demitido com o escândalo - diz que estatais gaúchas, como o Detran, o departamento de estradas e o Banrisul, teriam financiado campanhas eleitorais no estado. As fitas firam entregues à CPI do Detran, da Assembléia Legislativa, que apura desvios no órgão.

"Como governadora do PSDB, Yeda Crusius pauta sua conduta pessoal e política por princípios de lisura, competência e dignidade, tanto na defesa do estado quanto do Brasil. O PSDB - ao mesmo tempo em que defende a completa apuração de desvios de conduta - rejeita qualquer conduta pessoal, administrativa e política que objetive atingir a honra de Yeda Crusius. Seu mandato conquistado nas urnas é legítimo e garante à governadora liderança no processo de renovação e reformas que o estado escolheu", conclui a nota do PSDB.

Anteontem, o DEM decidiu abrir um processo disciplinar contra Feijó, sob forte pressão dos tucanos. Foi uma resposta mais branda ao pedido de expulsão feito pelo senador Heráclito Fortes (PI), que condenou os métodos usados pelo vice para denunciar a corrupção no governo.