Título: Oposição quer quebra de sigilo
Autor: Suwwan, Leila ; Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 23/06/2008, Economia, p. 15

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O fato de o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ter admitido que pode ter recebido até US$5 milhões para atuar na venda da VarigLog - desmentindo a informação dada ao Senado semana passada, de que havia recebido apenas US$350 mil - reforçou a necessidade de investigações no Senado, afirmaram políticos da oposição. O assunto deve voltar a ser debatido no Congresso na primeira semana de julho, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado.

Segundo reportagem publicada ontem pelo GLOBO, Teixeira admitiu que já recebeu US$3,2 milhões para atuar no caso, mas que o valor poderia atingir os US$5 milhões. O sócio brasileiro Marco Antônio Audi afirmou que este valor foi cobrado devido à proximidade de Teixeira com o governo.

Teixeira deve ser novamente convidado a prestar depoimento no Congresso na primeira semana de julho. Na semana passada, os senadores desistiram de inquiri-lo, alegando falta de contraponto, já que os sócios brasileiros da empresa não estavam presentes.

- Essas novas revelações demonstram que a nossa estratégia estava correta em não ouvir Roberto Teixeira sem as provas que os sócios trariam - afirmou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Demóstenes afirmou que pedirá a quebra do sigilo bancário de Teixeira, para apurar se houve a devida prestação de contas destes recursos. O senador goiano disse que também vai perguntar a Teixeira quanto ele recebeu da Gol, já que ele diz que possui provas de que Teixeira atuou para a empresa aérea que comprou a Varig e a Gol tenta recuperar metade do que pagou pela aérea.

Procurado ontem pelo GLOBO, Teixeira preferiu não se manifestar. Anteontem, sua assessoria alegou que, no Senado, ele se referiu a apenas um período, quando afirmou ter recebido só US$350 mil. O montante total, porém, chegaria a US$5 milhões. (Henrique Gomes Batista e Soraya Aggege)